Publicidade

X

Brasil

Moçambique terá equipe para fiscalizar comerciantes

Junior Dothcom

Publicado em 27/03/2019 às 01:00

Comentar:

Compartilhe:

A-

A+

Publicidade

Moradores estão recebendo pacotes com alimentos que são deixados por helicóptero perto de Nhamatanda, em Moçambique / /TSVANGIRAYI MUKWAZHI/ASSOCIATED PRESS

A cidade de Beira, em Moçambique, ficou isolada por vários dias, pois as tempestades ocorridas após o ciclone Idai destruíram a estrada de acesso ao local. Com isso, seus cerca de 500 mil habitantes ficaram sem receber comida e suprimentos.

A estrada foi reaberta, mas os moradores seguem com dificuldade para comprar comida. Com a escassez, comerciantes superfaturam os preços. Um frango, por exemplo, passou a ser vendido por até mil meticais (R$ 61), quatro vezes o preço normal, segundo o jornal O País. Há também caso de venda de produtos com validade vencida.

O governo de Moçambique anunciou, na segunda-feira (25), o envio de uma equipe de fiscais para conferir se os mercados estão cobrando preços justos. "Vamos intensificar a fiscalização. Queremos que os comerciantes também sejam incluídos nesse movimento de solidariedade", disse o primeiro-ministro, Carlos Agostinho do Rosário, à imprensa local.

A passagem de um ciclone, em 14 de março, seguida de fortes tempestades e inundações que duraram dias, deixou ao menos 686 mortos em Moçambique, Zimbábue e Maláui, três países do sudeste da África.

"A insegurança alimentar segue grande. Alguns estão em situação realmente crítica", disse à reportagem Carlota Silva, vice-chefe da missão da entidade MSF (Médicos Sem Fronteiras) em
Moçambique.

A área atingida por inundações no país soma cerca de 3.125 km², equivalente ao dobro do território da cidade de São Paulo, segundo a ONU. Helicópteros estão lançando alimentos, como biscoitos energéticos, para atender a comunidades isoladas.

De acordo com a ONU, cerca de 1,85 milhão de pessoas foram afetadas nas últimas semanas. A força dos ventos e das inundações destruiu casas, plantações e estradas. Com isso, falta água potável, comida, remédios e abrigo. Muitas pessoas ficaram isoladas por dias sem ter o que comer nem onde se proteger das chuvas. Algumas regiões seguem inacessíveis.

"Ao menos 1 milhão de crianças precisam de ajuda urgente, e o número pode crescer. Tememos que vilas inteiras possam ter sido destruídas em lugares a que ainda não chegamos", disse o secretário-geral da ONU, António Guterres. Segundo ele, há relatos de que as perdas em infraestrutura podem superar US$ 1 bilhão.

O Fundo Monetário Internacional anunciou nesta terça-feira (26) que analisa liberar um empréstimo de emergência para ajudar
Moçambique.

O governo brasileiro doou 100 mil euros (cerca de
R$ 436 mil) na sexta-feira (22) para ajudar o governo do país, por meio de um fundo que será criado pelos países da CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa).
(FP)

Apoie a Gazeta de S. Paulo
A sua ajuda é fundamental para nós da Gazeta de S. Paulo. Por meio do seu apoio conseguiremos elaborar mais reportagens investigativas e produzir matérias especiais mais aprofundadas.

O jornalismo independente e investigativo é o alicerce de uma sociedade mais justa. Nós da Gazeta de S. Paulo temos esse compromisso com você, leitor, mantendo nossas notícias e plataformas acessíveis a todos de forma gratuita. Acreditamos que todo cidadão tem o direito a informações verdadeiras para se manter atualizado no mundo em que vivemos.

Para a Gazeta de S. Paulo continuar esse trabalho vital, contamos com a generosidade daqueles que têm a capacidade de contribuir. Se você puder, ajude-nos com uma doação mensal ou única, a partir de apenas R$ 5. Leva menos de um minuto para você mostrar o seu apoio.

Obrigado por fazer parte do nosso compromisso com o jornalismo verdadeiro.

Deixe a sua opinião

VEJA TAMBÉM

ÚLTIMAS

Estado

Asfalto afunda e prende avião na pista do aeroporto de Congonhas

Os passageiros tiveram que desembarcar do avião, que estava prestes a decolar e a aeronave teve de ser rebocada

Estado

'Prefeitos da Região são reféns do baixo efetivo policial', afirma Caio Matheus

Segundo o prefeito de Bertioga, a Administração faz o seu papel de reforçar segurança, mas as medidas precisam partir do Estado e da União

©2021 Gazeta de São Paulo. Todos os Direitos Reservados.

Layout

Software