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Grupos de direitos humanos também se movimentam e partem para acusações contra o governador e o secretário de segurança pública
14/11/2025 às 03:00
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Grupos de direitos humanos também se movimentam e partem para acusações contra o governador e o secretário de segurança pública | Divulgação Pixabay
O impacto na opinião pública é devastador. Ninguém sabe exatamente quantas pessoas morreram na ação da polícia militar. Os jornais publicam números diferentes, o que alimenta ainda mais as versões que correm no boca a boca. Os canais de televisão mandam seus jornalistas para os institutos médicos espalhados pela cidade em busca de número e causa da morte dos que para lá foram levados.
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Os grupos de direitos humanos também se movimentam e partem para acusações contra o governador e o secretário de segurança pública e usam os termos massacre, genocídio, morticínio, execução em massa e por aí vai. Rádios e televisão com links no local das mortes, reportagens ao vivo e cada um faz sua narrativa em cima de suposições e vazamentos de policiais militares.
O povo se divide entre os que apoiam a ação da polícia militar e os que a reprovam. Há quem se lembre do ditado usado em uma campanha eleitoral para o governo estadual que dizia que “bandido bom é bandido morto”. Segurança pública é um tema presente em todas as campanhas eleitorais da Câmara de Vereadores à presidência da República.
É comum as pessoas dizerem que não se sentem seguras, que não podem sair na rua, nem usar o transporte público sem serem assaltados. O número de estupros é imenso. O noticiário policial está sempre recheado de histórias horripilantes, como as chacinas praticadas por facções criminosas rivais, geralmente disputando territórios de venda de drogas. A população cobra ação enérgica do governo e não quer saber de desculpas.
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A segurança pública é a bola da vez. Os governadores são os responsáveis por ela. A ação da polícia militar no presídio faz parte do programa de governo prometido pelo candidato vencedor. Há uma rebelião em um dos pavimentos da prisão.
O governador chama o secretário de segurança e exige uma ação imediata. No dia seguinte, há eleição para a prefeitura da capital e isso não pode ser usado pela oposição. A polícia militar invade o complexo penitenciário do Carandiru, no norte da cidade de São Paulo.
Os jornalões publicam que morreram 8 ou 12 detentos no dia seguinte. Às seis da manhã, de 2 de outubro de 1992, o jornalista Cid Barbosa chega na redação da CBN com uma bomba. No IML central há dezenas de mortos, confirmado logo depois por uma fonte da própria polícia. Total, 111 mortos a tiros.
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