Tem gente que diz que eu sou distraído. Eu nunca havia acreditado nisso até que um dia desci pra área de lazer do meu prédio com as crianças.

Mariah na época com 6 e Caue com 4 aninhos. Foi uma noite maravilhosa. Jogamos futebol, brincamos no parquinho e tudo isso com uma intenção… cansar bastante a molecada pra eles dormirem cedo pra que pudesse ter uma noite de amor com a minha amada.

• Preto, eu?
• A confusão dos bichos

Depois de 3 horas de chutes na bola, empurrão no balanço e sobe e desce do escorrega, quem já estava morto era eu. Resolvi subir.

Chamei as crianças, recolhemos os brinquedos, peguei na coleira do cachorro e lá fomos nós pro apartamento 705 do bloco dois. E foi somente ao chegar em casa que percebi que meu cachorro já estava em casa.

O que me fez pensar: se meu cachorro já esta em casa, de quem é esse outro cão que agora rosna pra mim dentro da meu próprio lar??

Ao constatar o mal entendido, desci imediatamente pra área de lazer para, como quem não quer nada, devolver o cãozinho alheio.

Mas ao chegar lá embaixo o circo já estava armado. Vizinhos apavorados faziam um círculo tracando uma estratégia de busca ao cão. Um criança chorava copiosamente… o porteiro gritou bem alto: já acionei a polícia.

Foi quando, com o cachorro na mão resolvi gritar: achei o nosso cãozinho fujão.

Me senti um herói. Todos vieram entre lágrimas de alívio me agradecer.

Me ofereceram até uma taça de vinho, eu aceitei e nem vi a hora passar. Fui pra casa depois de uma hora e meia e lá estavam meus anjinhos dormindo.

E o pior… minha mulher também. Eu fiquei pela sala, largado… me sentindo um vira latas, no cio, claro.