Feijão, soja, leite e trigo estão zerados
Feijão / Eshana_Blue
A FAO, órgão da ONU especializado em agricultura e abastecimento, recomenda aos países que estoquem alimentos suficientes para alimentar toda a população por pelo menos três meses. O objetivo é garantir a segurança alimentar em caso de desastres naturais, quebras de safra por motivos climáticos e até situações extremas, como guerras. Além disso, a Lei 8.171/91, que dispõe sobre a política agrícola no Brasil, determina que é papel do Estado manter estoques para abastecimento e controle da inflação. E determina que os alimentos que comporão os estoques reguladores devem ser adquiridos de pequenos e médios produtores, responsáveis por 70% do que chega à mesa dos brasileiros.
Mas, o que se vê no Brasil hoje é uma situação completamente diferente do que prega a ONU e do que determina a lei federal!
Estariam o presidente Bolsonaro, a ex-ministra da Agricultura, Tereza Cristina, conhecida como a musa do agrotóxico, e o atual ministro Marcos Montes incorrendo em crime de responsabilidade passível de impeachment?
A política pública que criou os estoques regulatórios remonta ao início do século 20, com a crise do café que levou à quebra da Bolsa de Nova Iorque. A queda no preço do principal produto de exportação brasileiro à época obrigou o governo a comprar e queimar 70 milhões de sacas de café para salvar os fazendeiros da falência.
Mas, essa política pública foi regulamentada, de fato, em 1943, quando passou a abranger os grãos em geral.
E foi revisada em 1991 pela Lei 8.171, que continua em vigor.
E o desprezo do governo Bolsonaro por essa prática que foi fundamental para conter a disparada no preço dos alimentos em picos de inflação nas décadas de 1970 e 1980 está custando caro aos brasileiros.
Especialmente aos de baixa renda!
Com os estoques públicos de soja, leite, feijão, café e trigo zerados, o governo perdeu uma arma fundamental no combate à carestia...
Conforme relatório expedido em março pela Companhia Brasileira de Abastecimento (Conab), não são apenas os estoques de feijão, soja, café leite e trigo que preocupam.
O documento revela que a quantidade de arroz e milho armazenada é a menor desde 2004.
O volume de arroz estocado pelo Governo Bolsonaro seria suficiente para abastecer o País por apenas um dia...
Os estoques de milho durante o governo Bolsonaro são os menores desde o governo Sarney (1985/1990), conforme o portaltransparência.gov.br, e não seriam suficientes para abastecer o País nem por uma semana...
Detalhe: o Brasil é um dos maiores produtores mundiais de milho e vem batendo recordes sucessivos na exportação do grão, com altíssimos ganhos, em dólar, para os grandes fazendeiros.
E a justificativa para a suspensão nas AGFs (Aquisições do Governo Federal) é que armazenagem, fretes, seguros, estiva e capatazia custam caro aos cofres públicos...
Além da suspensão nas AGF e da redução drástica nos estoques reguladores, desde o governo Temer a agricultura familiar perdeu o protagonismo nas compras oficiais.
Filosofia do campo:
“Quem não tem jardins por dentro, não planta jardins por fora...”, Rubem Alves (1933/2014), educador e escritor mineiro.
OPORTUNIDADE
As candidaturas podem ser realizadas pela internet ou presencialmente nas unidades do Cate da Capital
SEGURANÇA PÚBLICA
Pela primeira vez, Segurança Pública do Estado registra índice menor que 6 ocorrências por 100 mil habitantes nos últimos 12 meses