OPINIÃO
Todos os paÃses foram afetados, porém, no Brasil, tivemos que lidar com outras incertezas, confusões e polêmicas provocadas pelos governantes
Bruno Hoffmann
Publicado em 23/12/2020 Ã s 18:55
Atualizado em 23/12/2020 Ã s 19:02
Governador João Doria e presidente Jair Bolsonaro, em encontro em 2019 / Bruno Rocha /Fotoarena/Folhapress
Não tem como fugir do óbvio ao dizer que o ano de 2020 vai ficar para a história. A vida de todo o mundo foi afetada, modificada, influenciada ou parada pelo coronavírus. E esse impacto atingiu diretamente cada ser humano, seja emocionalmente e economicamente, seja na sua própria saúde.
Todos os países foram afetados, porém, no Brasil, tivemos que lidar com outras incertezas, confusões e polêmicas, grande parte provocadas por falas, atitudes e o descaso dos governantes. A pandemia chegou e com ela veio à tona a falta de planejamento e ações coordenadas do poder público. Transbordou a ganância.
Boa parte das polêmicas foi protagonizada pelo presidente Jair Bolsonaro, que foi do negacionismo, passando à cura milagrosa com um remédio sem eficácia, demissão de ministros por capricho, chegando ao folclórico jacaré da vacina. Quem também se aproveitou dos holofotes da emergência foi o governador João Doria. Medidas tantas vezes extremas, outras nem tanto quando mais se precisava, deixaram claro que o interesse principal não é a população, é a eleição.
Quando achamos que já tínhamos visto de um tudo... foi um vale-tudo para se dar bem. Teve superfaturamento na compra de respiradores e até um remake do dinheiro na cueca.
Foi um ano de aprendizado de vida, mas para milhões de crianças e jovens foi o ano em que o ensino parou. A novidade foram aulas on-line, atividades remotas, mas o que sempre se soube desde os primórdios é que nada substitui o convívio social.
Crianças fora da escola, pais sem trabalho. O coronavírus deixou consequências econômicas graves e um crescimento recorde no desemprego no Brasil. Quem conseguiu permanecer empregado ou teve o salário cortado ou se deparou com a nova realidade e um desafio: o home office.
Demorou, mas um dos pontos que o governo acertou foi na distribuição do auxílio emergencial. O valor era irrisório, mas foi a renda de muitos trabalhadores, principalmente os informais, que ficaram sem o ganha-pão durante a quarentena.
Aliás, quarentena mesmo só se viu no Brasil e em São Paulo durante pouco tempo. Assim que os números de mortes e casos se estabilizaram (no alto, diga-se), a reabertura de comércios mostrou que o brasileiro não cumpre regras. Prova disso é que em dezembro, após nove meses de pandemia, os casos dispararam novamente.
O Brasil voltou a registrar nesta semana mais de 900 mortes em 24 horas. Enquanto famílias choram suas perdas sem ao menos um ritual de despedida, milhares se aglomeram em festinhas e em centro de compras nas grandes capitais. Com a pandemia, o egoísmo foi o grande protagonista de 2020 no Brasil, e a expectativa é que em 2021 seja diferente. A esperança de ter um ano com mais saúde e emprego é unânime, e esperamos que a colaboração para tal também.
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