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Pauta da semana

Nely Rossany

Apatia geral

Quantos mais vamos perder?

A única perda capaz de tocar o brasileiro parece ter sido a de Paulo Gustavo, humorista, ator global, 42 anos e figura ícone da alegria que não resistiu à Covid-19

NELY

Publicado em 07/05/2021 às 13:16

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Arte - Paulo Gustavo / /Arte Gazeta

O Brasil está apático. Um número atrás do outro, 100, 200, 300, 400 mil mortes, viraram estatística fria e ninguém liga mais. Os brasileiros que já andam descrentes, desanimados, com medo e conformados não se comovem nem com a chacina do Rio de Janeiro e nem com o massacre em creche de Santa Catarina. Descemos a ladeira da desesperança de vez.

A única perda capaz de tocar o brasileiro parece ter sido a de Paulo Gustavo, humorista, ator global, 42 anos e figura ícone da alegria que não resistiu à Covid-19. Um homem jovem, saudável, com recursos financeiros para garantir tratamento médico de qualidade, morreu. Essa doença não escolhe cor, raça, classe social ou idade. Não, não basta proteger ou vacinar somente os mais velhos ou pessoas com comorbidades. No país onde o coronavírus se instalou e conseguiu as melhores condições para se desenvolver, viver é um risco constante.

As variantes, no plural mesmo porque são várias, estão aqui se reproduzindo, contaminando e matando a seu bel prazer. Um vírus surge, cresce e se desenvolve com um único propósito: se espalhar. Ele se espalha e a gente morre. Estamos perdendo a batalha. Sozinhos. Ninguém por nós. Em uma democracia, se elege representantes para tomar decisões em prol da sociedade. No atual governo brasileiro, um representante maior governa para si e para os seus. O restante, oposição ou centrão, só vota, propõe, briga ou aprova projetos que beneficiem eles próprios visando a perpetuação do cargo por mais 4 anos. A pandemia passa, mas o escárnio não.

Aliás, será que a pandemia passa? Mais de um ano e não se tem remédio ou vacina para todo mundo. A vacinação avança a passos lentos. Cidades sem a segunda dose, hospitais lotados, profissionais de saúde exaustos, empresas e comércios falindo. Economia na UTI e a morte devastando famílias.
Não tem como não responsabilizar o governo. Está na lei que o governante tem que representar o povo e garantir os direitos básicos, e um dos direitos básicos está nos sendo negado: o direito à vida! Lamentar não é mais suficiente, porém a sociedade continua sobrevivendo do mesmo modo de sempre, cada um por si. Quem dera que a tristeza e comoção com a morte de Paulo Gustavo virassem indignação e ação. Pena que estamos muito cansados para isso.

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