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Cotidiano

Itaú renova, por mais dez anos, patrocínio a sistemas de bicicletas

A instituição não revela o valor investido, mas diz que será suficiente para manter e expandir a frota em 50% nos próximos anos

Natália Brito

22/09/2022 às 13:36  atualizado em 22/09/2022 às 13:40

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Sistema Bike Itaú

Sistema Bike Itaú | Reprodução

 O Itaú renovou, por mais dez anos, o apoio a sistemas de empréstimo de bicicletas que leva o nome do banco e atua em dez cidades, incluindo São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador e Buenos Aires.

A instituição não revela o valor investido, mas diz que será suficiente para manter e expandir a frota em 50% nos próximos anos. Com isso, a expectativa é que o total de bicicletas chegue a 20 mil veículos.

"Teremos um reforço nas cidades existentes, para atender à demanda reprimida, e também estudaremos a expansão para outras cidades", diz Luciana Nicola, gerente de Relações Institucionais do Itaú.

Thomas Martins, CEO da Tembici, empresa que opera os serviços, conta que a utilização das bikes atingiu a máxima histórica nos últimos dois meses, superando o número de viagens de antes da pandemia, o que gera a necessidade de ampliação da frota.

"Cada bicicleta faz entre 6 e 8 viagens por dia, um número elevado no mundo todo. Temos visto novas ocasiões de uso para lazer, para mobilidade e para entregas", explica.

Uma das questões é que os diferentes usos algumas vezes se sobrepõem em um mesmo horário. No começo da noite, por exemplo, há grande procura para ir do trabalho até a estação de metrô, para passeios a lazer e também para entregas de comida, dado o aumento de pedidos na hora do jantar.

O novo investimento também será usado para expandir a oferta de bicicletas elétricas, que ajudam os ciclistas a subir ladeiras e a percorrer distâncias maiores com menos esforço. Atualmente, há 700 modelos com motor, 500 deles no Rio de Janeiro. A expectativa da Tembici é ter mais de 5.000 bikes elétricas em operação nos próximos cinco anos.

No total, nos últimos dez anos, foram feitas 71 milhões de viagens, por 3 milhões de usuários. A estimativa da empresa é que 32 mil toneladas de CO2 tenham deixado de serem emitidas.

O projeto começou em 2011, no Rio de Janeiro, com o nome Bike Rio. No ano seguinte, chegou a São Paulo, como Bike Sampa. Nos primeiros anos, as bicicletas eram operadas pela empresa Serttel.

Nos anos seguintes, o sistema foi levado a outras cidades e países da América Latina. Hoje, a lista inclui, além de São Paulo e Rio, Recife, Olinda, Jaboatão dos Guararapes, Porto Alegre, Salvador, Santiago (Chile), Buenos Aires e Nordelta (Argentina).

Em 2017, houve troca de operador: saiu a Serttel e entrou a Tembici. Com a mudança, houve um enxugamento na lista de cidades, e lugares como Belo Horizonte e Brasília deixaram de ter as bicicletas laranjas. O nome do serviço foi mudado, para Bike Itaú.

As cidades que se mantiveram no projeto tiveram troca de frota: a Tembici trouxe veículos mais modernos e robustos, fabricados pela PBSC, mesma fornecedora dos sistemas de cidades como Nova York, Toronto e Washington.

O patrocínio de sistemas de bicicleta por bancos também ocorre em outras cidades do mundo. O sistema de Nova York é patrocinado pelo Citibank, e o de Londres, pelo Santander.

No entanto, a expansão da rede em metrópoles de países desenvolvidos é bem mais rápida. Como comparação: em São Paulo, o sistema foi inaugurado em 2012 e tem hoje 2.700 bicicletas e 260 estações. Já o Citi Bike, de Nova York, que começou em 2013, tem atualmente 24 mil bicicletas e planeja chegar a 40 mil delas até o fim de 2024.

Os modelos de parceria do Itaú variam entre as cidades, mas a verba do banco ajuda a custear a operação dos sistemas. Outra parte dos recursos vem dos usuários, que podem pagar por viagem ou assinar planos diários, mensais ou anuais. Em São Paulo, o plano mensal custa R$ 37,90 e inclui 4 viagens por dia, de até 45 minutos cada. Os valores variam de acordo com a cidade.

As decisões sobre onde colocar as estações são tomadas em conjunto por governos locais, a Tembici e o Itaú. Uma das críticas ao projeto é que ele ainda se concentra nos bairros mais ricos das cidades onde atua, com raras presenças em bairros mais afastados. Questionado sobre isso, Martins diz que 70% dos usuários das bicicletas não moram na região das estações.

"Não é porque estamos nas áreas centrais que não atendemos diferentes públicos. A bicicleta é a opção mais barata para uma pessoa que vem de áreas mais afastadas fazer a última parte das viagens, como ir do metrô até o trabalho", pondera. "As estações com maior número de empréstimo são a da Central do Brasil, no Rio, e a do metrô Faria Lima, em São Paulo, e isso já faz uns cinco anos"

Martins diz ainda que a expansão precisa ser feita em bloco, de modo que as estações novas fiquem próximas da rede existente, sem criar núcleos isolados.

Em anos anteriores, o projeto fez testes com empréstimos e bicicletários em bairros das periferias, como Cidade Tiradentes, mas as ideias não avançaram. Atualmente, estão sendo feitos mais estudos para entender como funciona a demanda por bicicleta em bairros atendidos, de modo a gerar dados para os governos e avaliar novas iniciativas, como a criação de bicicletários.

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O BIKE ITAÚ

SÃO PAULO

2.700 bicicletas, 260 estações

RIO DE JANEIRO
3.100 bicicletas, 310 estações

RECIFE, OLINDA E JABOATÃO DOS GUARARAPES
900 bicicletas, 90 estações

PORTO ALEGRE
410 bicicletas, 40 estações

BUENOS AIRES
3.200 bicicletas, 320 estações

SANTIAGO (CHILE)
2.500 bicicletas, 190 estações

NORDELTA (ARGENTINA)
200 bicicletas, 20 estações

Fonte: Bike Itaú

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