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Cotidiano

MP do Paraná denuncia bolsonarista por assassinato de petista em Foz

Inquérito sobre o assassinato retornou para a polícia nesta terça-feira, após a justiça determinar urgência nas perícias pendentes da investigação

Maria Eduarda Guimarães

20/07/2022 às 16:35  atualizado em 20/07/2022 às 16:42

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O guarda municipal Marcelo Aloizio de Arruda, de 50 anos, e o policial penal bolsonarista Jorge Guaranho

O guarda municipal Marcelo Aloizio de Arruda, de 50 anos, e o policial penal bolsonarista Jorge Guaranho | Arquivo pessoal e Reprodução

 O Ministério Público do Paraná anunciou, nesta quarta-feira (20), que irá denunciar o policial penal federal Jorge Guaranho, que matou a tiros o sindicalista e guarda municipal Marcelo Arruda, em Foz do Iguaçu (PR), sob suspeita de homicídio duplamente qualificado.

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O inquérito sobre o assassinato retornou para a polícia nesta terça-feira (19), após a justiça determinar urgência nas perícias pendentes da investigação. Entre elas, a análise das câmeras de segurança do trajeto feito por Jorge no dia do crime e a análise de seu celular, já apreendido.

Devem ser avaliados, ainda, os celulares de outras três pessoas que conheciam Jorge e identificados todos que tiveram acesso às câmeras de segurança da associação onde ocorreu o homicídio. O depoimento de uma destas testemunhas também foi solicitado pelo MP.

Em paralelo, a promotoria manifestou concordância com o pedido da corregedoria-geral do Departamento Penitenciário Nacional para abertura de processo administrativo contra Jorge, que está em prisão preventiva.

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Há relatos de que o policial tenha saído da UTI, onde estava depois de ser baleado durante troca de tiros com o petista. O estado de saúde dele, porém, não foi comprovado pela família.

A Sesp (Secretaria de Segurança Pública do Paraná) informou que irá cumprir as diligências rapidamente. "As perícias já tinham sido requisitadas pela autoridade policial à Polícia Científica, na semana passada", aponta a secretaria. "Por enquanto, sem previsão de conclusão."

Durante o inquérito, em que as investigações foram finalizadas em cinco dias, a polícia descartou crime político ou de ódio, mas apontou motivo torpe para o assassinato.

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A delegada responsável pelo caso confirmou que tudo começou com uma provocação do bolsonarista, seguida de discussão por questões políticas e ideológicas. Mas disse que, para enquadrá-lo como um crime político, seriam necessários requisitos para isso, como o de tentar impedir ou dificultar outra pessoa de exercer direitos políticos.

A pena de homicídio simples prevista na legislação vai de 6 a 20 anos de prisão. Com a presença do motivo torpe, pode ir de 12 a 30 anos.
Segundo a polícia, na tarde de sábado (9), Jorge estava em um churrasco regado a bebidas, lá ficou sabendo da festa temática do PT e, diante disso, decidiu agir - um outro convidado do churrasco era funcionário do clube no qual Marcelo havia alugado o salão de festas e, por isso, tinha acesso às câmeras de segurança.

Esse funcionário visualizou as imagens do salão em meio ao churrasco, como rotina, segundo a polícia, e foi nesse momento, em meio a um roda de amigos, que o bolsonarista ficou sabendo da festa temática do PT -a polícia diz não ver nenhum crime por parte desse funcionário.

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Segundo testemunhas, Marcelo e Jorge não se conheciam, e Jorge inicialmente invadiu o local da festa gritando palavras de ordem a favor de Bolsonaro e contra o PT e Lula.

Jorge estava em seu carro, com a esposa e uma criança no banco traseiro. Em meio a suas provocações, como mostram as imagens, Marcelo enche a mão com um punhado de terra e pequenas pedras de um jardim na entrada do salão e lança em direção ao carro de Jorge, que deixa o local e promete voltar.

Jorge retorna minutos depois, agora armado e sem a esposa e a criança. O único foco dele era Marcelo, por causa da discussão anterior.

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Jorge atira primeiro, o que levou a polícia a descartar legítima defesa. Ele efetuou quatro disparos, sendo que dois atingiram Marcelo, que revidou com dez disparos, sendo que quatro deles atingiram o bolsonarista.

Em resumo, segundo a polícia, Jorge foi inicialmente ao salão para provocar os participantes da festa por causa do tema político do aniversário. Mas, durante as discussões, passou a ter Marcelo como seu único foco e teria cometido o assassinato por impulso, após discussão, e não de forma premeditada.

Marcelo era tesoureiro do PT municipal. No partido havia mais de dez anos, ele concorreu a vereador e a vice-prefeito pela sigla em eleições recentes.

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