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Cotidiano

Ouvidoria pede afastamento de policiais militares por ação em Paraisópolis

Para ouvidor, improvisação e precipitação podem ter contribuído para as mortes

03/12/2019 às 11:32

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Os mortos na favela de Paraisópolis após ação da polícia; garotos tinham entre 14 e 23 anos

Os mortos na favela de Paraisópolis após ação da polícia; garotos tinham entre 14 e 23 anos | Reprodução

A Ouvidoria das Polícias do Estado de São Paulo solicitou que os policiais militares envolvidos na ocorrência que terminou com nove mortes em Paraisópolis sejam afastados do serviço operacional das ruas. O pedido foi feito em ofício encaminhado à Corregedoria da Polícia Militar, que também apura as circunstâncias do caso. "A ocorrência foi desastrosa, pois acabou com tamanho número de mortes. A improvisação e a precipitação podem ter contribuído, direta ou indiretamente, para as mortes dessa tragédia", disse o ouvidor Benedito Mariano nesta segunda-feira (2).

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Segundo ele, o pedido tem caráter preventivo e visa a realocar os agentes a serviços administrativos enquanto a investigação é realizada. "Os policiais não estão afastados. Eles estão preservados. Nós temos de concluir o inquérito. Não haverá açodamento de condenados anteriormente antes dos devido processo legal", disse o comandante-geral, coronel Marcelo Salles.

O ouvidor reforçou que testemunhas do caso podem procurar o órgão para relatar eventuais abusos por parte dos agentes. "Os depoimentos serão encaminhados para o DHPP e para a Corregedoria, solicitando que os termos sejam anexados aos procedimentos apuratórios conduzidos pelos dois órgãos, o que pode ser uma contribuição importante para as investigações".

Os mortos são (da esquerda para direita na foto): Bruno Gabriel dos Santos, 22, Mateus dos Santos Costa, 23, Gabriel Rogério de Moraes, 20, Luara Victoria de Oliveira, de 18 anos, Gustavo Cruz Xavier, 14, Denys Henrique Quirino da Silva, 16, Dennys Guilherme dos Santos Franca, 16, Marcos Paulo Oliveira dos Santos, de 16 anos e Eduardo Silva, 21.

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'FORÇA MODERADA'

No domingo, seis policiais militares da Força Tática do 16º Batalhão prestaram depoimento no 89º DP. Ao delegado, eles repetiram versões similares. Foram acionados para apoiar uma diligência de averiguação a um veículo modelo Celta de cor preta, mas o carro não foi encontrado. Durante o deslocamento pela avenida Hebe Camargo, ocupantes de uma moto, ao verem os policiais, efetuaram diversos disparos e adentraram na multidão que participava do baile funk.

Os disparos, contaram os policiais, iniciaram uma confusão generalizada. "Em seguida, as equipes passaram a ser hostilizadas pelos frequentadores do baile funk que arremessaram garrafas, pedras e madeira na direção dos policiais", declarou um dos agentes. Eles, então, tentaram sair do local, mas se depararam com duas viaturas danificadas. "Desembarcaram para prestar apoio, no entanto havia um grande número de pessoas descontroladas, sendo necessário uso moderado da força com emprego de cassetete e munição química pelos policiais da Força Tática, do Comando 01 e 02 para dispersar a multidão".

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No domingo (1º), moradores protestaram contra as mortes, com gritos de "Justiça! Justiça!".

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