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Cotidiano

Presidente da Petrobras está sacaneando e vamos para o pau, diz Lira

Deputado defendeu a demissão de José Mauro Ferreira Coelho e disse que vai trabalhar para taxar o lucro da petroleira

Maria Eduarda Guimarães

17/06/2022 às 12:59  atualizado em 17/06/2022 às 13:12

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Arthur Lira

Arthur Lira | Luis Macedo/Câmara dos Deputados

O presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL), afirmou à Folha que "vai para o pau" para "rever tudo de preços" de combustíveis. Ele também defendeu a demissão do presidente da Petrobras, José Mauro Ferreira Coelho, e disse que vai trabalhar para taxar o lucro da petroleira.

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Mais tarde, em entrevista à Globo News, Lira defendeu a "taxação do lucro absurdo" da Petrobras. Ele não deu detalhes sobre a proposta de tributar ganhos, mas outros países têm discutido a taxação do lucro extraordinário de petroleiras advindo do aumento internacional do preço dos combustíveis.

"Eu liguei para Zé Mauro [presidente da Petrobras] ontem [quinta, 16]. Pedi para ele não dar aumento, [disse]: 'você está trabalhando contra, o que se espera da Petrobras é outra coisa'; e falei que ia fazer um trabalho para demitir ele, vou propor com o governo para taxar o lucro da Petrobras. Ele [respondeu]: 'não é bem assim, é o conselho [de administração], não estou postergando a minha saída'", disse Lira.

Lira também afirmou que José Mauro "está sacaneando" e que um aumento do tipo "é um absurdo".

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"Vamos ver legislativamente o que podemos fazer para rever as políticas de preço, de PPI [Preço de Paridade Internacional] e ir para cima, sobretaxar e ir direto na veia", afirmou.

A Petrobras anunciou nesta sexta-feira (17) reajustes de 5,2% no preço da gasolina e de 14,2% no preço do diesel, alegando que o mercado de petróleo passou por mudança estrutural e que é necessário buscar convergência com os preços internacionais.

Após 99 dias sem aumentos, o preço médio da gasolina nas refinarias da estatal passará de R$ 3,86 para R$ 4,06 por litro. Já o preço do diesel passará de R$ 4,91 para R$ 5,61 por litro. O último ajuste ocorreu há 39 dias.

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Nas redes sociais, Lira disse após o reajuste que José Mauro trabalha contra o Brasil e defendeu sua renúncia.

"O presidente da Petrobras tem que renunciar imediatamente. Não por vontade pessoal minha, mas porque não representa o acionista majoritário da empresa - o Brasil - e, pior, trabalha sistematicamente contra o povo brasileiro na pior crise do país", escreveu Lira no Twitter.

Lira disse, ainda, que o presidente da Petrobras só representa a si mesmo e o que faz deixará um legado de destruição para a empresa. "Saia! Pois sua gestão é um ato de terrorismo corporativo", completou.

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Na quinta (16), o conselho de administração da companhia rejeitou pedido do governo para evitar reajustes, defendendo que a definição de preços é atribuição da diretoria executiva. A reunião havia sido convocada a pedido do ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira.

A reunião foi uma última cartada do governo para tentar evitar o aumento em meio ao esforço para aprovar um pacote de medidas para tentar reduzir os preços, que, segundo o presidente Jair Bolsonaro (PL), poderia baixar os preços da gasolina e do diesel em R$ 2 e R$ 1 por litro, respectivamente.

O presidente Jair Bolsonaro (PL) retomou, na manhã desta sexta-feira (17), críticas à Petrobras e disse que a empresa "pode mergulhar o Brasil num caos".

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"O governo federal como acionista é contra qualquer reajuste nos combustíveis, não só pelo exagerado lucro da Petrobras em plena crise mundial, bem como pelo interesse público previsto na Lei das Estatais", escreveu Bolsonaro nas suas redes sociais.

"A Petrobras pode mergulhar o Brasil num caos. Seu presidente, diretores e conselheiros bem sabem o que aconteceu com a greve dos caminhoneiros em 2018, e as consequências nefastas para a economia do Brasil e a vida do nosso povo."

Ainda na noite de quinta, Bolsonaro já havia disparado críticas contra a Petrobras.

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Durante sua live semanal, Bolsonaro afirmou que um novo reajuste da petroleira no preço dos combustíveis teria "interesse político para atingir o governo federal".

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