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Apostas sobre Trump, China e tecnologia mostraram precisão e ajudam a entender o clima que prepara 2026 | Freepik
No fim de 2024, o relatório O Mundo à Frente 2025, feito por Tom Standage, editor do jornal norte-americano The Economist, apontou que o ano seguinte seria marcado por "Trump, tecnologia e incerteza". A previsão parecia ampla, mas descreveu bem o ritmo de 2025.
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As apostas sobre tarifas moderadas nos Estados Unidos, sobre o pico das emissões da China e sobre o impacto da inteligência artificial mostraram sintonia com a realidade.
Esses acertos ajudam a entender por que o início de 2026 deve chegar carregado de tensão.
Mesmo com eventos inesperados, como golpes fracassados e choques geopolíticos fora do radar, os movimentos centrais da economia seguiram de perto o que Standage antecipou. As tendências que ele destacou ganharam força ao longo de todo o ano.
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O relatório estimou que, se Donald Trump aplicasse novas tarifas a importações, o efeito inicial seria relativamente moderado. Até agora, esse impacto se mostrou mais suave do que muitos esperavam e a economia dos Estados Unidos manteve fôlego em 2025.
Consumo e emprego seguiram firmes, o que reduziu o risco de queda rápida na atividade. Esse comportamento surpreendeu parte dos analistas e reforçou a percepção de que o país conseguiu amortecer choques comerciais durante boa parte do ano.
A incerteza aparece quando se tenta projetar 2026. As tarifas ainda podem contaminar cadeias produtivas e afetar preços, e a reação de parceiros comerciais aumenta a pressão sobre o próximo ciclo de política econômica. Isso amplia o debate sobre o impacto das tarifas comerciais nos mercados globais.
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O relatório indicou que a China poderia ter alcançado o pico de emissões em 2025. Os dados mais recentes apoiam essa hipótese e mostram um movimento mais firme para conter o impacto climático, algo decisivo nas negociações internacionais.
Além disso, o documento previa que o governo chinês apertaria o controle sobre minerais críticos usados em setores estratégicos. Em 2025, o país ampliou restrições a elementos de terras raras e elevou sua influência na conversa sobre comércio global.
Standage destacou que engenheiros chineses eram hábeis em inovar diante de limitações externas. O avanço de novos modelos de inteligência artificial mostrou como o país usou essas barreiras como impulso para desenvolver soluções e reforçou a disputa tecnológica entre Estados Unidos e China.
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Outra previsão dizia que o modelo DeepSeek R1, chat de inteligência artificial chinesa, causaria oscilações nas bolsas. Em 2025, cada novidade da área movimentou os mercados e alimentou a discussão sobre uma possível bolha, mas o estouro que muitos temiam ainda não aconteceu.
Mesmo com investimentos elevados, analistas afirmam que o setor depende de ajustes que não ocorreram. A busca por eficiência mostrou limites e reforçou dúvidas sobre quanto tempo a expansão segue sem reformas mais profundas.
O relatório alertava que a troca de foco, da inflação para os déficits, exigiria escolhas econômicas dolorosas. Países como Estados Unidos, França e Reino Unido adiaram essas decisões e aumentaram o risco de tensão no mercado de títulos em 2026.
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Mesmo sem antecipar todos os eventos, o relatório acertou forças estruturais que definiram 2025. A postura dos Estados Unidos, a reorganização chinesa e o avanço acelerado da inteligência artificial moldaram o comportamento de governos e mercados.
Esses fatores seguem ativos e devem influenciar negociações comerciais, acordos climáticos e decisões fiscais em 2026. A combinação cria um cenário de pressão que tende a exigir respostas rápidas de países que evitaram mudanças mais profundas.
Standage concluiu que alguns choques poderiam apenas ter sido adiados. O balanço de 2025 indica que esse alerta faz sentido e que o próximo ano chega com sinais de cobrança por ajustes que não foram feitos. O clima continua distante de uma calmaria.
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