Jovem que narrou final da Libertadores de montanha tem vida transformada

O peruano Cliver Huamán, de apenas 15 anos, viralizou no mundo por narrar a final da Libertadores direto de uma montanha em Lima, no último fim de semana. Desde então a sua vida mudou totalmente: conheceu o ídolo Paolo Guerrero, narrou parte de um clássico de dentro do estádio e assistirá a uma partida entre Real Madrid e Manchester City pela Champions League.

Mas, primeiro, é preciso contar como a epopeia começou. O garoto apaixonado por futebol decidiu viajar de seu vilarejo em Andahuaylas praticamente sem dinheiro por 18 horas movido pelo sonho de narrar a final da Libertadores. Ele tinha então um pequeno canal esportivo pelas redes sociais, o Pol Deportes.

Passou perrengues na capital do país, mas a situação que causou mais sofrimento foi quando não conseguiu entrar no estádio por não ter ingresso e nem credencial de imprensa.

Ele não desistiu. Subiu em cima de um morro que fica ao lado do estádio e, de lá, com apenas um microfone, um celular e o carisma próprio, narrou a finalíssima do torneio de clubes mais importante do continente pelo TikTok. E só comeu e bebeu porque um restaurante limenho se condoeu com sua história.

O momento se tornou um viral mundial quase instantaneamente. A semana que viria seria diferente de tudo o que já sonhou viver.

Clássico, Guerrero e Champions

Primeiro, Cliver foi convidado a participar da transmissão do encontro entre Sporting Cristal e Alianza Lima, um dos maiores clássicos peruanos. Ganhou depois duas camisas: uma do Sporting Cristal, dado pelo ex-jogador e treinador Julio César Uribe, e outra do Alianza Lima, entregue por Paolo Guerrero, o ex-jogador de Corinthians, Flamengo e Internacional que é um dos maiores ídolos da história do futebol do país.

Na última quinta-feira (4/12), Cliver recebeu mais uma notícia: irá assistir ao encontro entre Real Madrid e Manchester City, marcado para 10 de dezembro, direto do estádio Santiago Bernabéu, na Espanha.

De acordo com o jornal El Comercio, Cliver é de família humilde e trabalhou plantando e colhendo desde criança. Ele tem raízes quéchuas (idioma que fala, além do espanhol) e seu sonho agora é comentar jogos da seleção peruana e das finais do campeonato local.

Com certeza conseguirá. E irá muito mais longe.