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Segundo especialistas, a mente atua como um amortecedor emocional quando atravessamos rupturas. | Freepik
Sentir que um ex-companheiro parece mais atraente depois do fim da relação é mais comum do que parece. Para a psicologia, essa percepção tem nome: retrospecção rosada, um mecanismo que leva o cérebro a reinterpretar momentos importantes da vida, suavizando memórias negativas e destacando as positivas.
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Esse processo cria uma espécie de versão editada do passado, especialmente quando se trata de relacionamentos amorosos. Assim, a pessoa pode olhar para trás e ter a impressão de que o ex era melhor, mais interessante ou até mais bonito do que realmente parecia durante a relação.
Segundo especialistas, a mente atua como um amortecedor emocional quando atravessamos rupturas. O cérebro filtra acontecimentos, evidenciando emoções agradáveis e apagando conflitos ou frustrações. É uma forma de reduzir o impacto do sofrimento e reorganizar as experiências vividas.
Por isso, mesmo após um término difícil, lembranças felizes reaparecem com força, dando a sensação de que o relacionamento era melhor do que foi na prática. Esse mecanismo ajuda a explicar sentimentos de saudade, dúvida e até arrependimento, mesmo quando a decisão de terminar fez sentido.
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Entender esse funcionamento é importante para diferenciar uma nostalgia saudável de um apego ao passado que impede a pessoa de seguir em frente e abrir espaço para novas relações mais equilibradas.
O psicólogo Thomas, em seu perfil @thomytalks, explica que essa reorganização das memórias é comum no período pós-término e pode influenciar diretamente na forma como a pessoa enxerga o ex-parceiro e a própria história amorosa.
Outro ponto importante é a sensação de inacessibilidade que surge após o fim da relação. Quando algo deixa de estar ao alcance, tende a ser valorizado. Esse efeito é conhecido como fruto proibido, uma tendência de dar mais valor ao que não se pode ter.
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Pesquisadores como Mitchell, Thompson, Peterson e Cronk abordam esse tipo de resposta no estudo “Temporal Adjustments in the Evaluation of Events: The Rosy View”.
A ideia é que, com o passar do tempo e a distância emocional, o que foi vivido passa a ser avaliado de forma mais positiva do que na época em que os fatos realmente aconteceram.
No contexto amoroso, essa combinação entre memória seletiva e sensação de perda pode fazer com que o ex pareça mais interessante, mais desejável e até mais adequado do que novos pretendentes que surgem depois.
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A solidão também favorece esse fenômeno, tornando o passado mais confortável diante das incertezas do novo. Em vez de enxergar o fim como um recomeço, muitas pessoas passam a romantizar a relação anterior para fugir do medo de recomeçar.
Alguns fatores costumam intensificar essa busca pelo familiar e aumentar a idealização do ex-parceiro logo após o término:
Nesses momentos, o relacionamento anterior pode parecer um lugar seguro para onde a mente volta em busca de conforto, mesmo que, na prática, essa relação tenha sido marcada por conflitos, desgaste ou incompatibilidades importantes.
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Para superar a retrospecção rosada, é fundamental lembrar que esse processo é fruto de percepções distorcidas pela mente. Uma pergunta-chave é se você está considerando a relação como um todo ou apenas as partes positivas que a memória decidiu destacar.
Retomar de forma honesta os verdadeiros motivos do término ajuda a reequilibrar a memória emocional. Lembrar dos momentos difíceis, dos limites ultrapassados e das necessidades que não foram atendidas é tão importante quanto reconhecer o que houve de bom.
Além disso, diversificar as atividades no dia a dia, investir em hobbies, fortalecer vínculos com amigos e família e apostar no próprio desenvolvimento pessoal contribuem para um distanciamento saudável do passado.
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Esse esforço protege a autoestima, reduz a tendência de idealizar o ex e abre espaço para novos ciclos na vida afetiva. Com o tempo, a dor do término dá lugar a uma visão mais realista da relação e a um sentimento de aprendizado.
Reconhecer a retrospecção rosada como uma reação natural, mas passageira, é um passo importante para manter o equilí
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