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Em evento no Rio de Janeiro, governador do Pará detalha avanços na bioeconomia e no combate ao desmatamento, e cobra agilidade na liberação de fundos para a Amazônia
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Encontro de líderes subnacionais marca contagem regressiva para a COP30 em Belém; Helder Barbalho reforça necessidade de união entre justiça climática e social | Jonathan Pinto/Agência Pará
Durante o Fórum de Líderes Locais da COP30, no Rio de Janeiro, governador do Pará, Helder Barbalho, defendeu a ampliação do financiamento climático como pilar essencial para acelerar a proteção da Amazônia e fomentar o desenvolvimento sustentável.
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O encontro na capital fluminense marcou o compromisso de governos estaduais com a ação climática e a cooperação internacional, na rota de preparação para a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), que ocorre em Belém.
O fórum reuniu autoridades nacionais e internacionais no Museu de Arte Moderna. A discussão central foi a necessidade de transformar planos em ações concretas, impulsionando um novo modelo de desenvolvimento para a região amazônica e outros biomas vitais para o planeta.
Helder Barbalho integrou o painel “Parceria Climática na Prática: O Modelo do Brasil”. Ele dividiu o espaço com a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, e o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, com moderação de Dan Ioschpe, Campeão de Alto Nível do Clima da COP30.
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Em sua fala, o governador do Pará destacou o valor simbólico do encontro, que funcionou como uma contagem regressiva para a COP30. Ele ressaltou a mudança de perspectiva que o evento em Belém representa para a pauta amazônica e para o debate climático no cenário global.
Na preparação para a COP30, Helder Barbalho e líderes locais selam compromisso na declaração "De Paris a Belém", focada em financiamento e ação. Foto: Jonathan Pinto/Agência ParáBarbalho também foi enfático ao defender a urgência da liberação de fundos. Segundo ele, é este aporte financeiro que permitirá a transformação de compromissos e ideias em resultados que possam ser, de fato, percebidos pela população e pelo clima global.
O Pará detalhou sua estratégia de combate ao desmatamento baseada na bioeconomia, que busca transformar a biodiversidade em ativo de desenvolvimento sustentável.
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“As urgências climáticas colocam exatamente esta emergência de mobilização. É necessário financiamento para que as ideias possam ser transformadas em realidade”, afirmou o governador durante sua participação no painel.
O governador paraense detalhou o trabalho que o Estado vem realizando no combate ao desmatamento. Além das ações de fiscalização e controle, ele mencionou a criação de políticas públicas inovadoras que buscam agregar valor econômico à floresta mantida em pé.
Governador do Pará humaniza debate ao lembrar que 29 milhões de pessoas vivem na Amazônia e que justiça climática depende de justiça social. Foto: Jonathan Pinto/Agência ParáA estratégia do Pará se baseia em um novo modelo de desenvolvimento. A bioeconomia surge como a principal alternativa para gerar riqueza de forma sustentável, utilizando a biodiversidade local como um ativo econômico e social para a região e para o Brasil.
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A transição para uma economia verde precisa ser acompanhada de inclusão social, garantindo que os benefícios da floresta cheguem às comunidades tradicionais.
Com esse objetivo, o governo paranse criou o Plano Estadual de Bioeconomia e inaugurou o Parque de Bioeconomia e Inovação da Amazônia.
Este novo parque tecnológico, sediado em Belém, visa fomentar a pesquisa e a criação de novos negócios baseados nos recursos da floresta, conectando o conhecimento tradicional dos povos amazônicos com a ciência e a tecnologia de ponta.
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Outro ponto central da discussão foi o mercado de carbono. Helder Barbalho ressaltou que o Pará está estruturando seu próprio Sistema Jurisdicional de REDD+. O objetivo é criar um modelo sólido, transparente e, acima de tudo, participativo.
Com Plano Estadual e Parque de Bioeconomia, Pará detalha soluções concretas para que a "floresta viva valha mais que a floresta morta". Foto: Jonathan Pinto/Agência ParáEsse modelo está sendo construído em diálogo direto com as populações locais. O governador fez questão de citar a participação ativa de comunidades tradicionais, extrativistas, indígenas, quilombolas e também dos agricultores familiares nesse processo.
Para Barbalho, a transição para uma economia verde não pode deixar ninguém para trás. Ele reforçou que qualquer avanço na pauta climática precisa ser acompanhado de perto pela inclusão social, garantindo que os benefícios da floresta cheguem a quem vive nela.
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“A principal missão de quem vive na Amazônia é cuidar da floresta e cuidar das pessoas. Não há justiça climática sem justiça social”, destacou.
A COP30 em Belém, segundo ele, está sendo uma oportunidade inédita para que o mundo compreenda a complexa realidade amazônica. Ele convidou os líderes globais a conhecerem não apenas a floresta, mas também as pessoas que nela habitam e que são suas principais protetoras.
Encontro de líderes subnacionais no Rio de Janeiro marcou a contagem regressiva para a COP30 e reforçou a necessidade de ações concretas para a Amazônia.
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O Fórum de Líderes Locais foi encerrado com o painel “De Paris a Belém: Um Chamado à Ação”. Este momento foi moderado por Antha Williams, da Bloomberg Philanthropies, e contou com a presença de outras autoridades de peso no cenário global.
Participaram do debate Laurence Tubiana, CEO da Fundação Europeia do Clima (ECF), Tony Evers, governador do estado de Wisconsin (EUA), e Igor Normando, prefeito de Belém, que se prepara para receber o evento climático no próximo ano.
O ponto alto do encerramento foi a leitura da declaração final “De Paris a Belém”. A prefeita de Paris, Anne Hidalgo, apresentou o documento, que sela o compromisso dos líderes locais com a ambição climática e a cooperação mútua entre as cidades.
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“Estou muito, muito feliz hoje, porque seguimos para Belém com a carta dos líderes locais. Os melhores dos líderes locais endossaram essa carta. Expresso aqui a nossa vontade, o nosso compromisso, a nossa proposta e também a nossa esperança", disse Hidalgo.
A prefeita da capital francesa complementou: "Que a COP de Belém seja um sucesso, a partir também da liderança do presidente Lula. Que essa conferência traduza a ambição em ações concretas. Que mobilize verdadeiramente o financiamento e construa novas coalizões [...]”.
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