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Opinião

A luta de Marta é de todos

Bruno Hoffmann

20/06/2019 às 01:00

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Não é comparar, supervalorizar ou superestimar. É fato! A jogadora Marta é a maior artilheira da história das Copas do Mundo de futebol - tanto masculina como feminina.

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A façanha aconteceu após seu gol de pênalti marcado contra a Itália, na quarta-feira, pela última rodada da fase classificatória.

A jogadora de futebol, de 33 anos, chegou aos 17 gols em Copas do Mundo superando o goleador alemão Miroslav Klose, que tinha a marca de 16 gols- atingida no fatídico 7 x 1 da Alemanha contra o Brasil.

Marta foi eleita seis vezes a melhor do mundo e pela seleção balançou a rede 100 vezes. Mesmo assim sua proeza não foi suficiente para ela ganhar como os craques do futebol masculino.

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Os rendimentos da jogadora representam 0,3% do Neymar, que nunca conquistou o título de melhor jogador do mundo, não está na sua melhor fase e sofre com desgaste de
imagem.

Somente a discriminação contra a mulher explica tal disparidade.
A melhor jogadora de futebol de todos os tempos ganhar 340 mil euros por temporada e o camisa 10 da Seleção Masculina 91,5 milhões de euros.

A camisa 10 feminina se recusou a fechar patrocínio com valores tão abaixo do que se paga para os homens e protestou usando na chuteira ao invés do símbolo de uma patrocinadora, o emblema de uma campanha pela igualdade de
gênero.

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O protesto de Marta representa milhões de mulheres brasileiras e de mulheres no mundo todo que têm o salário menor do que o dos seus colegas do sexo masculino, somente pelo fato de serem mulheres, e infelizmente isso não é só no
futebol.

A melhor do mundo disse em entrevista que faz isso para que as próximas gerações possam usufruir dos frutos dessa luta e que a igualdade é necessária. E tomara que elas tenham mesmo uma boa colheita.

Os torcedores brasileiros deveriam fazer bem mais do que vibrar com os gols da artilheira; deveriam apoiar e valorizar as mulheres que estão no dia a dia conquistando seu espaço no trabalho, na sociedade, no esporte e no mundo. Incentivar a menina a lutar pelos seus direitos, não se curvar a conceitos pré-estabelecidos e fazer o que realmente gosta. Isso sim é torcer pelo Brasil.

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