Grande São Paulo
MASSACRE. Na quarta-feira, ex-alunos da escola estadual Raul Brasil, Luiz Henrique de Castro e Guilherme Taucci Monteiro, abriram fogo e mataram sete pessoas na unidade de ensino e em seguida se mataram; antes do ataque, Guilherme matou o próprio tio em
SUZANO, SP, 14.03.2019 - VELÓRIO-VÍTIMAS-SP - Velório dos corpos de seis das vítimas do massacre ocorrido na escola estadual Raul Brasil, no Parque Max Feffer, na manhã desta quinta- feira, 14. Dois ex-alunos assassinara / /Carlos Junior/Onipress/Folhapress
Mais de 5 mil pessoas entre familiares e moradores se despediram durante esta quinta-feira de seis vítimas do massacre na escola estadual professor Raul Brasil no município de Suzano, que foram veladas coletivamente no ginásio Max Feffer. O clima era de consternação. Na
quarta-feira, os ex-alunos da escola, Luiz Henrique de Castro, de 25 anos, e Guilherme Taucci Monteiro, de 17 anos, abriram fogo e mataram sete pessoas na unidade de ensino e em seguida se mataram. Antes do ataque, Guilherme matou o próprio tio em uma loja de automóveis. As motivações ainda são investigadas.
Foram levados para o ginásio os corpos dos estudantes Kaio Lucas da Costa Limeira, de 15 anos, Claiton Antonio Ribeiro, de 17 anos, Samuel Melquiades Silva de Oliveira, de 16, Caio Oliveria, de 15 anos e das funcionárias da escola Marilena Ferreira Vieiras Umezo, de 59 e Eliane Regina Oliveira Xavier, de 38 anos.
Outras duas vítimas do massacre não participaram do velório coletivo. A pedido da família, as últimas homenagens ao estudante Douglas Murilo Celestino, de 16 anos, foram prestadas em uma igreja evangélica no Parque Maria Helena, em Suzano. Já o empresário Jorge Antônio Moraes, de 51 anos, tio de Guilherme, foi enterrado às 11h no Cemitério Colina dos Ipês, também na cidade.
Para evitar encontros com as famílias das vítimas, os corpos de Luiz Henrique e de Guilherme Taucci foram enviados para o Instituto Médico Legal (IML) da cidade vizinha de Mogi das Cruzes e seriam enterrados no fim da tarde de ontem.
A Prefeitura de Suzano informou que, até 10h, quatro mil pessoas haviam passado pelo ginásio. Numa tentativa de dar alguma privacidade aos familiares das vítimas, a prefeitura cercou parte da quadra com grades.
A administração de Suzano também decretou luto oficial de três dias consecutivos na cidade.
A Secretaria de Educação de Suzano comunicou que na sexta-feira, os educadores se reunirão para definir as ações que serão tomadas junto aos 26 mil alunos das escolas públicas municipais, a partir da próxima segunda-feira, 18, para conscientizar e combater a violência e o assédio moral, visando estabelecer uma cultura de paz.
Outras vítimas.
Além das 10 mortes, outras 11 pessoas ficaram feridas e foram socorridas para hospitais da região. Na tarde de ontem, três tiveram alta. Leonardo Vinícius Santana, de 16 anos, estava no Hospital das Clínicas em São Paulo e Letícia de Melo Nunes no Hospital Santa Marcelina, em Itaquaquecetuba.
A terceira vítima a ser liberada foi Beatriz Gonçalves Fernandes, de 15 anos. Ela estava na Santa Casa de Suzano.
Continuavam internados os alunos: Adna Isabella Bezerra de Paula, de 16 anos, Anderson de Brito, de 15 anos, Jenifer da Silva Cavalcante, Leonardo Martinez Santos, Murillo Gomes Louro Benite, de 15 anos, Guilherme Ramos do Amaral, de 14 anos, José Vitor Ramos Lemos e Samuel Silva Félix.
TERCEIRO? suspeito.
O delegado-geral da Polícia Civil, Ruy Ferraz Fontes, afirmou nesta quinta-feira que a polícia pediu à Justiça a apreensão de um terceiro suspeito de participar do planejamento do massacre.
O suspeito seria um adolescente de 17 anos. Ainda nesta quinta-feira, o procurador-geral de Justiça de São Paulo, Gianpaolo Smanio, afirmou que o Ministério Público não descarta a possibilidade da atuação de uma organização criminosa na tragédia. Segundo Smanio, o Ministério Público vai atuar com o núcleo de investigações cibernéticas do Gaeco para averiguar os contatos mantidos pela internet de Luiz Henrique de Castro e Guilherme Taucci.
Os rapazes faziam parte de fóruns ligados a videogames de violência e ao Dogolachan, um grupo de ódio na deep web - espaço da internet inacessível por navegadores comuns e com menos regulação.
As investigações também seguem na linha para descobrir como os jovens tiveram acesso ao armamento utilizado no crime, em especial o revólver .38 com numeração raspada.
A Polícia Civil já sabe que as armas brancas e outros objetos usados no crime foram compradas no site Mercado Livre. Os trabalhos estão sendo conduzidos pela Delegacia de Polícia com apoio da Central de Suzano Setor de Homicídios e Proteção à Pessoa da Seccional de Mogi das Cruzes, de acordo com a SSP.
(Matheus Herbert)
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