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Motoboys estavam no plenário acompanhando a votação | Yuri Villaça/Gazeta de S. Paulo
Nesta segunda-feira (8/12) a Câmara Municipal de São Paulo votou de forma definitiva o Projeto de Lei (PL) que regulamenta o trabalho dos mototaxistas na Capital. Trinta e dois vereadores votaram a favor do texto, enquanto 13 foram contrários. Somente Janaina Paschoal (Progressistas) se absteve do pleito.
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Em nova versão do documento, as empresas de aplicativos deverão arcar com o pagamento da “placa vermelha”, auxílio-funeral para familiares de motociclistas e a formação no curso obrigatório.
O documento é uma “proibição disfarçada de regulamentação”, afirma André Porto, diretor-executivo da Associação Brasileira de Mobilidade e Tecnologia (Amobitech). Para ele, o serviço oferecido por aplicativo não aumenta os acidentes, pelo contrário, oferece mais segurança.
Em setembro, o TJSP considerou inconstitucional o decreto do prefeito Ricardo Nunes (MDB) que suspendia o serviço e determinou que o município apresentasse uma regulamentação em até 90 dias, prazo que se encerra na próxima quinta-feira (11/12).
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Ao mesmo tempo, os motoristas de aplicativo reivindicam uma legislação com menos custos para os trabalhadores. O texto apresentado pelo vereador Paulo Frange (MDB) obteve nove alterações, confira todos os pontos abaixo.
André Porto, diretor-executivo da Amobitech, responsável por defender os interesses do setor de mobilidade por aplicativos no Brasil, afirmou que a proposta é, na verdade, uma "proibição disfarçada de regulamentação".
Para Porto, o documento dá poder quase que absoluto para a prefeitura fazer ou não o credenciamento das empresas.
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“A prefeitura pode alargar essa discussão por bastante tempo, a gente quer uma regulamentação séria que privilegia a segurança e, ao mesmo tempo, permita efetivamente a oferta desse serviço na cidade de São Paulo”, afirmou à Gazeta.
"O serviço não aumenta os acidentes, quando feito por meio dos aplicativos, existe uma maior segurança para a população do que o fornecido fora do portal", complementa o representante.
Na contramão, o levantamento “Mortalidade e Morbidade das Motocicletas e os Riscos da Implantação do Mototáxi no Brasil”, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), diz que as mortes por acidentes com motocicletas aumentou em 15 vezes nas últimas três décadas.
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Divulgado pela CNN em outubro deste ano, o estudo apontou que o total de óbitos passou de 792 em 1996, para 13.521 em 2023. Os acidentes com motos se tornaram a principal causa de morte no Brasil quando o assunto é acidente de trânsito.
Os motociclistas de aplicativos também marcaram presença na Câmara. Estão há três dias em frente o edifício público em busca de uma regulamentação mais justa.
Jobinho Santtos, é coordenador do movimento Trabalhadores Sem Direito e defende que além das reivindicações, os custos não devem ficar com o trabalhador.
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“A gente quer mais direito. Uma taxa melhor, ponto de apoio, um seguro caso o motoboy sofra um acidente, para ser amparado. Porque e se o motorista se machucar, eai? Já pagamos manutenção, gasolina cara. Ainda tem a discriminação”, argumentou Santtos.
O movimento reivindicava que o custo da “placa vermelha” não deveria cair sobre os motociclistas. Ou seja, para eles, assim como o exame toxicológico, a cláusula deve ficar a cargo das empresas ou da prefeitura.
A placa coloca os veículos na categoria aluguel, semelhante aos mototáxis. Os ativistas surgiram em 2022 com o intuito de apoiar os trabalhadores informais no Brasil, em resposta as novas formas de trabalho.
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Antes, a empresa responsável pelo serviço de aplicativo deveria contratar seguro de Acidentes Pessoas Passageiro (APP). Agora, também ficou previsto o auxílio-funeral, uma cobertura para despesas funerárias.
Outro ponto que fica a custo das empresas responsáveis pelo serviço, é o curso de formação obrigatório. Os motoristas precisarão de uma formação especializada para atuar.
Além disso, a localização em tempo real dos motociclistas deve ser compartilhada com o município para fins de segurança, conhecido com Geofencing. Veja outras cinco alterações no texto oficial.
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O projeto também proíbe a circulação de motocicletas para a prestação de serviço em corredores de ônibus; chuvas intensas, vendaval e enchentes; idade mínima de 21 anos e outros pontos detalhados pela Gazeta.
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