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Política

Câmara aprova PL do Mototáxi com 32 votos favoráveis; veja as principais alterações

Empresas de aplicativos custearão 'placa vermelha' e auxílio funerário para profissionais

Leonardo Siqueira

08/12/2025 às 21:10  atualizado em 08/12/2025 às 22:32

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Motoboys estavam no plenário acompanhando a votação

Motoboys estavam no plenário acompanhando a votação | Yuri Villaça/Gazeta de S. Paulo

Nesta segunda-feira (8/12) a Câmara Municipal de São Paulo votou de forma definitiva o Projeto de Lei (PL) que regulamenta o trabalho dos mototaxistas na Capital. Trinta e dois vereadores votaram a favor do texto, enquanto 13 foram contrários. Somente Janaina Paschoal (Progressistas) se absteve do pleito.

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Em nova versão do documento, as empresas de aplicativos deverão arcar com o pagamento da “placa vermelha”, auxílio-funeral para familiares de motociclistas e a formação no curso obrigatório. 

Discussão e votação foi iniciada às 16h na Câmara dos Vereadores de São Paulo. / Yuri Villaça | Gazeta de S. Paulo
Discussão e votação foi iniciada às 16h na Câmara dos Vereadores de São Paulo. / Yuri Villaça | Gazeta de S. Paulo
Vereadora Renata Falzoni (PSB), eleita para presidir a Subcomissão de Regulamentação do Mototáxi na Câmara Municipal de São Paulo./ Yuri Villaça | Gazeta de S. Paulo
Vereadora Renata Falzoni (PSB), eleita para presidir a Subcomissão de Regulamentação do Mototáxi na Câmara Municipal de São Paulo./ Yuri Villaça | Gazeta de S. Paulo
Jobinho Santtos, coordenador do movimento Trabalhadores Sem Direito, defende que além das reivindicações, os custos não devem ficar com o trabalhador./ Yuri Villaça | Gazeta de S. Paulo
Jobinho Santtos, coordenador do movimento Trabalhadores Sem Direito, defende que além das reivindicações, os custos não devem ficar com o trabalhador./ Yuri Villaça | Gazeta de S. Paulo

O documento é uma “proibição disfarçada de regulamentação”, afirma André Porto, diretor-executivo da Associação Brasileira de Mobilidade e Tecnologia (Amobitech). Para ele, o serviço oferecido por aplicativo não aumenta os acidentes, pelo contrário, oferece mais segurança. 

Em setembro, o TJSP considerou inconstitucional o decreto do prefeito Ricardo Nunes (MDB) que suspendia o serviço e determinou que o município apresentasse uma regulamentação em até 90 dias, prazo que se encerra na próxima quinta-feira (11/12).

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Ao mesmo tempo, os motoristas de aplicativo reivindicam uma legislação com menos custos para os trabalhadores. O texto apresentado pelo vereador Paulo Frange (MDB) obteve nove alterações, confira todos os pontos abaixo. 

Proibição disfarçada

André Porto, diretor-executivo da Amobitech, responsável por defender os interesses do setor de mobilidade por aplicativos no Brasil, afirmou que a proposta é, na verdade, uma "proibição disfarçada de regulamentação".

Para Porto, o documento dá poder quase que absoluto para a prefeitura fazer ou não o credenciamento das empresas.  

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“A prefeitura pode alargar essa discussão por bastante tempo, a gente quer uma regulamentação séria que privilegia a segurança e, ao mesmo tempo, permita efetivamente a oferta desse serviço na cidade de São Paulo”, afirmou à Gazeta

"O serviço não aumenta os acidentes, quando feito por meio dos aplicativos, existe uma maior segurança para a população do que o fornecido fora do portal", complementa o representante.

Na contramão, o levantamento “Mortalidade e Morbidade das Motocicletas e os Riscos da Implantação do Mototáxi no Brasil”, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), diz que as mortes por acidentes com motocicletas aumentou em 15 vezes nas últimas três décadas. 

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Divulgado pela CNN em outubro deste ano, o estudo apontou que o total de óbitos passou de 792  em 1996, para 13.521 em 2023. Os acidentes com motos se tornaram a principal causa de morte no Brasil quando o assunto é acidente de trânsito. 

'Placa vermelha'

Os motociclistas de aplicativos também marcaram presença na Câmara. Estão há três dias em frente o edifício público em busca de uma regulamentação mais justa.

Jobinho Santtos, é coordenador do movimento Trabalhadores Sem Direito e defende que além das reivindicações, os custos não devem ficar com o trabalhador. 

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“A gente quer mais direito. Uma taxa melhor, ponto de apoio, um seguro caso o motoboy sofra um acidente, para ser amparado. Porque e se o motorista se machucar, eai? Já pagamos manutenção, gasolina cara. Ainda tem a discriminação”, argumentou Santtos. 

O movimento reivindicava que o custo da  “placa vermelha” não deveria cair sobre os motociclistas. Ou seja, para eles, assim como o exame toxicológico, a cláusula deve ficar a cargo das empresas ou da prefeitura.

A placa coloca os veículos na categoria aluguel, semelhante aos mototáxis. Os ativistas surgiram em 2022 com o intuito de apoiar os trabalhadores informais no Brasil, em resposta as novas formas de trabalho. 

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O que foi alterado?

Antes, a empresa responsável pelo serviço de aplicativo deveria contratar seguro de Acidentes Pessoas Passageiro (APP). Agora, também ficou previsto o auxílio-funeral, uma cobertura para despesas funerárias.

Outro ponto que fica a custo das empresas responsáveis pelo serviço, é o curso de formação obrigatório. Os motoristas precisarão de uma formação especializada para atuar. 

Além disso, a localização em tempo real dos motociclistas deve ser compartilhada com o município para fins de segurança, conhecido com Geofencing. Veja outras cinco alterações no texto oficial. 

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  • Inclusão de cooperativas e associações: essas entidades passam a participar formalmente do sistema, podendo representar os motociclistas.
  • Proibição da política de bonificação por velocidade: fica vedada qualquer forma de remuneração que incentive maior velocidade para aumentar ganhos, reduzindo o risco de acidentes.
  • Obrigatoriedade do colete reflexivo para o passageiro: medida que reforça a segurança e a visibilidade em viagens noturnas.
  • Política de segurança viária: criação de diretrizes obrigatórias para prevenção de sinistros e adoção de boas práticas de circulação.
  • Retirada da regra que excluía motociclistas por multa gravíssima: foi suprimido do texto o dispositivo que obrigava a exclusão automática de condutores que tivessem recebido multa gravíssima nos últimos 12 meses no momento do cadastro.

O projeto também proíbe a circulação de motocicletas para a prestação de serviço em corredores de ônibus; chuvas intensas, vendaval e enchentes; idade mínima de 21 anos e outros pontos detalhados pela Gazeta

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