Decisão é parte de estratégia da fabricante, Mondeléz
Um dos doces mais tradicionais do Brasil mudou de nome sem que muita gente percebesse; Sonho de Valsa, conhecido há mais de 80 anos como bombom, agora é vendido oficialmente como wafer.
Alteração, feita pela Mondeléz, tem como objetivo reduzir impostos, segundo matéria do jornal Estado de Minas; mudança na embalagem e na categoria do produto elimina a cobrança de IPI, que era de 5% sobre o valor de venda.
Por ser embalado como bombom, o Sonho de Valsa pagava imposto de 5% referente ao Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI); ao ser classificado como wafer, esse tributo deixa de existir, pois a nova categoria tem isenção.
Segundo a empresa, a alteração está dentro da lei; Mondeléz apenas passou a embalar o doce de forma diferente e o classificou como 'produto de padaria, pastelaria ou da indústria de bolachas e biscoitos'.
Apesar da mudança de nome, a receita do Sonho de Valsa permanece a mesma desde 1938; recheio continua sendo de massa de castanha de caju, com casquinha de wafer e cobertura de chocolate meio amargo e ao leite.
Na prática, o que muda para o consumidor é apenas o nome na embalagem e o fato de que o produto, agora, pertence a uma nova categoria tributária.
Para o consumidor, o sabor continua o mesmo; Sonho de Valsa ainda tem a mesma casquinha, o recheio tradicional e a cobertura dupla de chocolate; o que muda é a categoria legal em que o doce se enquadra.
Tática usada pela Mondeléz é uma forma de ajustar a estratégia comercial diante da complexidade do sistema tributário brasileiro, que varia muito conforme o tipo e a classificação do produto.
O que parece uma simples troca de nome esconde uma estratégia fiscal complexa, mas totalmente legal, adotada para manter a rentabilidade da empresa em um mercado cada vez mais competitivo. Fotos: Reprodução/Lacta