Reclamar às vezes é um desabafo, mas quando vira rotina é hora de investigar
Nem sempre reclamar é algo ruim, todos nós soltamos um desabafo sobre trânsito, transporte público ou aquele colega que não colabora no trabalho; ato só é considerado problemático quando se torna um hábito.
Em entrevista ao Estadão, o psicólogo Anderson Siqueira Pereira, doutor pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), fala sobre a diferença da reclamação 'saudável' e daquela que devemos ligar um alerta.
'Pode ser válido quando usamos essa verbalização para mobilizar ajuda, comunicar um problema ou refletir sobre uma insatisfação', comenta.
Ele ainda ressalta que, se a reclamação for o único movimento que fazemos, sem ação ou busca por soluções, pode aumentar a sensação de desamparo e nos paralisar diante das dificuldades.
Estudos indicam que o ato de lamentar-se pode causar mudanças estruturais no cérebro, que dificultam a resolução de problemas e na função cognitiva.
Reclamões adquirem dificuldades na resolução de problemas, na tomada de decisões ou no planejamento o que gera ainda mais lamúrias e frustrações.
Excesso de queixas diárias podem estar correlacionadas com sintomas de ansiedade e depressão.
Portanto, reclamar de tudo tende a causar mais pessimismo e tornar a pessoa menos resiliente diante das adversidades.
Ter consciência do hábito de reclamar incessantemente e tentar mudá-lo é fundamental para melhorar a qualidade de vida.
Faz parte do crescimento pessoal de cada indivíduo e que pode ser reforçado com o apoio da terapia psicológica. Fotos: Pexels