País já perdeu 94% da população de jumentos
Procura por colágeno extraído da pele de jumentos tem provocado uma queda expressiva na população desses animais em vários países, inclusive no Brasil.
Entre 1996 e 2025, mais de um milhão de jumentos foram abatidos no País, reduzindo o rebanho nacional de 1,37 milhão de animais para cerca de 78 mil.
Dados da Frente Nacional de Defesa dos Jumentos indicam uma redução de 94% da população de jumentos nesse período.
Caso o ritmo atual de abate continue, os jumentos podem desaparecer do território brasileiro antes de 2030.
Alerta é do professor Pierre Barnabé Escodro, da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), que integra uma rede de pesquisadores dedicada à preservação da espécie.
Pesquisadores e ativistas defendem a aprovação de um projeto de lei apresentado em 2022 que proíbe o abate, atualmente parado no Congresso.
Tema será debatido a partir desta quinta-feira (26/6) em Maceió (AL), na terceira edição do evento 'Jumentos do Brasil'; encontro deve reunir cerca de 150 participantes, entre eles pesquisadores de outros países.
Mercado bilionário - valorização da pele dos jumentos está ligada à produção de eijao, substância usada na medicina tradicional chinesa.
Produto é vendido por até US$ 4 mil e é indicado como solução para diferentes problemas de saúde, embora não existam evidências científicas que comprovem sua eficácia.
Segundo a organização The Donkey Sanctuary, cerca de 5,9 milhões de jumentos são abatidos por ano para atender o mercado de eijao, que movimenta aproximadamente US$ 6,38 bilhões.
No interior de Alagoas, por exemplo, animais que antes eram vendidos por R$ 100 a R$ 150 agora chegam a custar entre R$ 400 e R$ 500 devido à escassez. Fotos: Pexels