Com design cultural e orçamento limitado dois arquitetos a fizeram para uso próprio
A casa fica em uma pequena comunidade agrícola nas Hébridas, grupo de ilhas na Escócia. Conhecida como Caochan na Creige, a residência foi eleita a Casa do Ano de 2025 pelo Royal Institute of British Architects (RIBA). Foto: Richard Gaston | Divulgação
Um dos grandes destaques do imóvel é a integração à paisagem local. Sua estrutura é composta por madeira revestida por gnaisse lewisiano (conjunto de rochas metamórficas do período Pré-cambriano) em espessura total.
Essa rocha ancestral aflora naturalmente no terreno e está presente em um bloco rochoso no centro da residência.
Projetada pelo casal de arquitetos Eilidh Izat e Jack Arundell, a residência nasceu de um desejo antigo: criar um lugar nas ilhas que funcionasse como uma continuação da cidade, depois que fundaram um estúdio em Edimburgo.
O terreno da Caochan na Creige foi adquirido em 2020, porém, o projeto original (que possuia cerca de 200 m²) precisou ser abandonado por conta do limite de orçamento.
Mas isso não o impediu de retomarem o desenho. Em 2021, o casal decidiu redesenhar totalmente a proposta e construir a casa com as próprias mãos. Esse processo, mais lento e artesanal, levou a um projeto mais enxuto e sensível ao entorno.
Foram essas características que diferenciaram a residência dos outros concorrentes do prêmio. Segundo o júri do RIBA, a residência foi "concebida e executada com notável habilidade e sobriedade, adequados ao seu contexto e ambiente".
David Kohn, presidente do Júri, reforçou a unanimidade na escolha: "Caochan na Creige abordou todas as questões condições climáticas desafiadoras, diálogo com a arquitetura vernacular e um orçamento apertado com uma rara combinação de sensibilidade e ousadia".
A morada simples mostra uma tendência na Escócia: habitações ultra contemporâneas em paisagens rurais remotas, assinadas por arquitetos que buscam relações entre construção, território e escala humana. Fotos: Elliot Shepperd/Divulgação