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Romi - ISETA foi o primeiro carro fabricado no Pais | Imagem / reprodução You Tube
O Romi-Isetta foi o primeiro carro fabricado em série no Brasil, um marco na história da indústria automobilística nacional.
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Compacto, de design curioso e produzido pela Indústrias Romi em parceria com a italiana Iso, ele chegou ao mercado em 1956, representando o início da produção nacional de veículos e simbolizando um período de modernização industrial e otimismo econômico no país.
A Romi-Isetta não foi apenas um carro diferente em sua aparência; ela foi pioneira em muitos aspectos. Com apenas uma porta frontal, motor de uma cilindrada modesta e um tamanho ideal para ruas estreitas, conquistou curiosidade e afeição do público.
Embora sua produção tenha sido breve, encerrando-se em 1961, o modelo permanece como símbolo de inovação e empreendedorismo industrial brasileiro.
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Na década de 1950, o Brasil vivia um momento de transição econômica e industrial. O governo de Juscelino Kubitschek incentivava a industrialização e a produção nacional, com o ambicioso plano de metas, que incluía a implantação da indústria automobilística como um de seus pilares.
Nesse cenário, a Indústrias Romi, já consolidada no setor de máquinas-ferramentas, enxergou uma oportunidade de diversificar seus negócios.
A parceria com a italiana Iso permitiu que a Romi adaptasse o projeto da Isetta, um microcarro europeu, para o mercado brasileiro.
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O veículo original já fazia sucesso em países como Alemanha e Itália, principalmente por seu baixo custo e economia de combustível , características altamente atrativas para um país em desenvolvimento como o
Brasil. Ao lançar a Romi-Isetta em 1956, a empresa deu o primeiro passo para a produção de veículos leves em território nacional.
Apesar das limitações técnicas do modelo, como seu pequeno motor de 300 cm³ e dois lugares, ele foi bem recebido inicialmente. Era uma alternativa acessível para quem queria fugir da dependência de importados caros e para os que buscavam mobilidade urbana em cidades cada vez mais movimentadas.
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O que mais chamava atenção na Romi-Isetta era seu design incomum. Ao invés das tradicionais duas ou quatro portas laterais, o carro possuía uma única porta frontal, que se abria para fora junto com o volante, facilitando o acesso ao interior.
Seu formato ovalado e rodas pequenas davam a impressão de um automóvel futurista, quase de brinquedo, mas muito funcional.
O veículo foi pensado para atender às necessidades de deslocamento urbano, com baixo consumo de combustível e fácil manutenção. Seu motor monocilíndrico refrigerado a ar era simples, mas eficiente o suficiente para os padrões da época.
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Com velocidade máxima de 85 km/h, ele podia percorrer distâncias razoáveis sem grandes gastos, uma vantagem num Brasil ainda carente de infraestrutura rodoviária.
Internamente, a Romi-Isetta comportava dois adultos e uma pequena bagagem, mas seu grande trunfo era a economia. O consumo médio girava em torno de 30 km por litro, o que a tornava extremamente atrativa para famílias pequenas ou pessoas que buscavam um meio de transporte prático e barato para o dia a dia.
A Romi-Isetta foi produzida na cidade de Santa Bárbara d’Oeste, no interior de São Paulo, e sua fabricação marcou a primeira linha de montagem de automóveis em série no Brasil.
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Até então, os poucos veículos disponíveis eram importados, o que os tornava caros e inacessíveis para a maioria da população. Com a chegada do modelo nacional, abriu-se um novo caminho para a indústria automotiva brasileira.
O número total de unidades fabricadas foi modesto: pouco mais de 3 mil entre 1956 e 1961. No entanto, sua importância histórica vai além das cifras.
A iniciativa da Romi mostrou que era viável produzir veículos em solo nacional e abriu caminho para a instalação de grandes montadoras estrangeiras, como Volkswagen, Ford e GM, que logo depois se fixaram no país.
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Além disso, a experiência da Romi-Isetta influenciou políticas públicas voltadas para o setor automotivo. O governo passou a criar incentivos fiscais e infraestrutura para atrair novas fábricas, consolidando o que viria a ser um dos pilares da economia brasileira nas décadas seguintes: a indústria de automóveis.
Embora tenha saído de produção há mais de seis décadas, a Romi-Isetta permanece viva na memória dos entusiastas de carros antigos e da história do Brasil.
Seu valor histórico e sentimental fez com que diversos colecionadores preservassem unidades restauradas, muitas das quais participam de encontros, exposições e eventos automobilísticos pelo país.
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A imagem da pequena Isetta tornou-se um símbolo do Brasil em um momento de transformação e esperança. Ela representou o sonho de mobilidade acessível para muitos e, mais que isso, um marco de que era possível pensar em um futuro industrializado e autônomo.
O modelo figura, até hoje, como uma peça de museu viva, reverenciada por seu pioneirismo e audácia.
Além de sua presença física em museus e coleções, a Romi-Isetta também é frequentemente lembrada em publicações históricas e documentários sobre a indústria nacional.
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É um exemplo didático de como inovação e ousadia empresarial podem deixar marcas duradouras, mesmo que o produto em si não tenha alcançado o sucesso comercial de outros modelos posteriores.
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