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O carro é muito desejado por colecionadores | Reprodução/ YouTube: Canal século 20
O Emis Art é um dos veículos mais emblemáticos do automobilismo artesanal brasileiro, criado em um período em que a criatividade era a principal ferramenta para contornar as limitações do mercado nacional.
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Produzido nos anos 1980 por Eduardo de Miranda Santos, o carro nasceu da determinação de um inventor autodidata que queria criar algo único, fugindo dos padrões das grandes montadoras e aproveitando os recursos disponíveis no país.
Esse cenário, marcado pela restrição às importações e pela carência de opções modernas, estimulou pequenos fabricantes e entusiastas a desenvolver modelos fora de série.
Foi nesse ambiente de inovação espontânea que o Emis Art ganhou forma, reunindo estética marcante, desempenho consistente e uma construção artesanal que o tornaria, mais tarde, um ícone raro e valorizado.
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A história do Emis Art começou na década de 1970, quando o mercado brasileiro enfrentava escassez de carros importados e poucas novidades das grandes montadoras.
Esse contexto abriu espaço para a criação de veículos artesanais, feitos por apaixonados que buscavam soluções próprias para atender a uma demanda reprimida.
Eduardo, guiado por uma visão audaciosa e pela paixão por automóveis, decidiu criar um carro que rompesse com a estética e as limitações dos modelos disponíveis na época.
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Inspirado pelo design europeu e pelo potencial de adaptação das peças nacionais, ele desenvolveu um projeto de linhas modernas e proporções baixas, com um visual agressivo e ao mesmo tempo compacto.
O uso de fibra de vidro e componentes de veículos populares brasileiros mostrava sua habilidade em transformar materiais acessíveis em algo sofisticado, combinando criatividade e funcionalidade.
O processo de construção do Emis Art exigiu uma combinação de improviso técnico e conhecimento mecânico.
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O carro utilizava um chassi do tipo espinha dorsal, que proporcionava resistência e leveza, enquanto portas, vidros e outros componentes vinham de modelos como Chevette e Gol.
O motor 1600 com dupla carburação, derivado da Volkswagen, era suficiente para garantir bom desempenho em um veículo tão leve.
A carroceria em fibra de vidro ajudava a evitar corrosão, problema comum no Brasil da época, e contribuía para manter o peso total em pouco mais de 700 quilos.
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Com essa configuração, o Emis Art era capaz de acelerar de 0 a 100 km/h em cerca de 14 segundos, demonstrando que um carro artesanal também podia entregar performance competitiva.
Em termos de dirigibilidade, o Emis Art se destacava pelo equilíbrio entre estabilidade e praticidade. A suspensão dianteira independente e a traseira reforçada garantiam segurança e firmeza, enquanto o centro de gravidade baixo favorecia um comportamento neutro em curvas.
A direção leve e o consumo eficiente tornavam o carro adequado tanto para o uso urbano quanto para pequenos deslocamentos.
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Apesar das qualidades, o modelo apresentava limitações típicas de um projeto artesanal. A ausência de porta-malas era uma delas, já que o compartimento dianteiro abrigava o sistema de refrigeração e a bateria, enquanto a parte traseira acomodava apenas o estepe e uma pequena bagagem.
O custo de produção também era elevado devido ao uso de peças variadas e à mão de obra especializada, tornando o veículo acessível apenas a um público que buscava exclusividade.
O Emis Art não se destaca apenas por suas características técnicas, mas por representar um período da indústria automotiva brasileira em que a criatividade superava as limitações do mercado.
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Ele simboliza o espírito independente de pequenos fabricantes e entusiastas que, mesmo sem grandes recursos, conseguiram criar modelos originais e marcantes.
Hoje, sua produção limitada de aproximadamente 150 unidades o tornou uma peça rara e valorizada.
O carro permanece como um símbolo da inventividade brasileira, inspirando colecionadores, engenheiros e apaixonados por automóveis artesanais que reconhecem no Emis Art um exemplo de talento, resistência e visão criativa.
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