Entre em nosso grupo
2
Continua depois da publicidade
Moto elétrica EVS Work iFood | Divulgação/ iFood
Um entregador de iFood compartilhou sua experiência de mais de um ano e meio utilizando exclusivamente motos elétricas da marca Voltz. Após operar três modelos diferentes, ele afirma categoricamente não retornar às motos a combustão. A jornada com as elétricas, especialmente a que mais utilizou em 2022, revela uma série de desafios e custos inesperados.
Continua depois da publicidade
O entregador Daniel analisou seus ganhos de janeiro a dezembro de 2022, utilizando uma média mensal. Ele destacou que, embora a economia de combustível seja um atrativo, outros fatores pesam na balança.
A moto em questão, adquirida por R$ 10.000 através de uma parceria iFood com plano de aluguel de bateria (Swap), tornou-se a principal ferramenta de trabalho.
Apesar da percepção inicial de economia, a realidade das motos elétricas para entregas apresenta obstáculos significativos.
Continua depois da publicidade
A durabilidade das peças e o suporte pós-venda da Voltz são pontos cruciais que impactam diretamente a viabilidade do investimento para os entregadores.
A moto Voltz, capaz de levar até duas baterias, mostra grande diferença de desempenho. Com apenas uma bateria, o veículo é "muito fraca", comparável a uma "70 cilindradas", e oferece autonomia de até 50 km.
Usando duas baterias, a autonomia sobe para 60 a 80 km, o que o entregador compara a "2 litros de gasolina" em termos de alcance.
Continua depois da publicidade
O torque do motor elétrico surpreende por "despeja tudo desde 1 RPM", mas a moto não consegue se desempenhar bem em todas as situações.
Ele compara o modelo a uma Biz 110, uma moto automática CVT. Além disso, a moto não é adequada para rodovias, pois o motor esquenta e "não aguenta ao longo prazo pegar Rodovia ou trabalhar no RPM muito alto", diz Daniel.
A principal desvantagem, na opinião do entregador, é a manutenção. Ele afirma que a moto elétrica "dá muito mais manutenção que uma moto a gasolina".
Continua depois da publicidade
A marca Voltz, segundo ele, não possui peças de reposição para todos os modelos, tornando "muito trabalhoso" encontrar itens necessários quando ocorre um infortúnio.
As peças do veículo são "fora de padrão do Mercado Nacional", dificultando a substituição por componentes comuns.
O entregador precisou, por exemplo, adaptar uma pinça de freio de Twister para usar pastilhas comuns, já que a pastilha original "é de Dafra, mais difícil de achar, é mais caro". Parafusos "espanam muito rápido" e a moto "se decompõe muito rápido".
Continua depois da publicidade
Problemas crônicos incluem o fixador do guidão, que é frágil e pode quebrar, "podendo ocasionar até o acidente".
Adicionalmente, o pós-venda da Voltz é inexistente, segundo ele. "Nenhum mecânico sabe mexer numa moto dessa", exigindo que o próprio usuário adapte e reforce diversas partes.
O relato menciona que ao levar a moto para a oficina da Voltz, ela "volta parafuso espanado, carenagem quebrada, travinha quebrada", agravando a situação.
Continua depois da publicidade
Apesar da economia na gasolina, a gestão da bateria apresenta seus próprios desafios.
O entregador menciona que o custo de carregar duas baterias (4,8 kWh) em casa é de aproximadamente R$ 6 (considerando R$ 1,20/kWh), para rodar entre 60 e 80 km. Ele observa que "sai quase o preço da gasolina".
Além disso, a troca de baterias nas estações consome tempo valioso, resultando em "perde muito tempo e perde muita entrega".
Continua depois da publicidade
Para quem possui bateria própria, ela "vai perdendo capacidade de carga" com o tempo, similar a um celular. Isso adiciona mais um custo invisível na operação diária.
O entregador calculou uma média mensal de R$ 2.375 para seus ganhos durante o ano de 2022, que compreendeu de 1º de janeiro a 31 de dezembro. Ele obteve essa média dividindo o valor total recebido ao longo do ano por 12 meses.
Portanto, para o período de janeiro a dezembro de 2022, o entregador ganhou aproximadamente R$ 28.500 (R$ 2.375 por mês multiplicado por 12 meses).
Continua depois da publicidade
Considerando todos os pontos, o entregador conclui que "não vale a pena" trocar uma moto a gasolina, como uma CG ou Pop, por uma Voltz para trabalhar. A economia de combustível não compensa a "manutenção mais especializada" e o "pós-vendas inexistente".
Embora ele não retorne às motos a combustão por preferência pessoal, a experiência com a Voltz o leva a não recomendar o investimento para entregadores que buscam eficiência e baixo custo a longo prazo.
Ele sugere que talvez as motos melhores da Voltz fossem a EV1 Sport, uma scooter, mas que também sofre com a falta de peças de reposição.
Continua depois da publicidade
Continua depois da publicidade