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Antes do veículo elétrico, a empresa já havia lançado modelos como Xavante, Carajás e Tocantins, todos remetendo às raízes brasileiras. | Wikimedia Commons
Muito antes do BYD, na década de 70, surgia o primeiro carro elétrico 100% nacional e da América latina: a Itaipu E150.
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Criada pela fabricante Gurgel, o veículo foi apresentado no salão do automóvel em 1974 e seu lançamento veio no ano seguinte. O nome do carro, por ser elétrico, homenageou a famosa Usina Hidrelétrica de Itaipu, no Paraná, que ainda estava em construção na época.
A Gazeta vai te mostrar, nesta matéria, todos os detalhes deste primeiro carro elétrico que fez fama nas décadas de 70 e 80. Desde sua história até as principais características que só esse carro tem.
Projeto inovador da Gurgel, o Itaipu foi um carro 100% brasileiro e criado por João Gurgel. Antes do veículo elétrico, a empresa já havia lançado modelos como Xavante, Carajás e Tocantins, todos remetendo às raízes brasileiras.
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Compacto, com espaço para apenas duas pessoas, o Itaipu E150 apresentava um design bem geométrico e futurista para a época.
Apesar da proposta visionária, o modelo enfrentou desafios muito semelhantes aos dos veículos elétricos atuais, como o peso elevado das baterias, baixa autonomia e longos tempos de recarga.
Sua produção não chegou a ser feita em larga escala — apenas 27 unidades foram fabricadas, tornando-se itens de colecionador.
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Ainda assim, a Gurgel insistiu no segmento e, em 1980, lançou o Itaipu E400, um furgão elétrico voltado para empresas, que chegou a ser utilizado por companhias como Telebrás e Telesp.
Apesar de oferecer melhorias na potência e na autonomia, também teve vida curta e saiu de linha em 1982, após cerca de mil unidades produzidas.
Sem apoio governamental e diante das limitações tecnológicas da época — as baterias ainda eram de chumbo-ácido —, a Gurgel não conseguiu avançar no desenvolvimento dos elétricos.
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A falta de incentivo, somada à abertura das importações no início dos anos 1990, levou a empresa a uma crise irreversível. Após tentativas frustradas de financiamento, a Gurgel decretou falência em 1994 e encerrou oficialmente suas atividades em 1996.
O Itaipu E150, primeiro carro elétrico da Gurgel, era um veículo extremamente compacto, pensado para ser urbano e econômico. Pesava 460 kg, sendo que 320 kg eram apenas das baterias de 3,2 kW, que geravam uma potência equivalente a 4,2 cavalos.
Seu desempenho era modesto: a velocidade máxima variava entre 30 km/h nos primeiros modelos e 60 km/h nos mais recentes. A autonomia ficava em torno de 50 km, e o tempo de recarga das baterias era de cerca de dez horas.
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O preço estimado, se fosse atualizado para os dias atuais, seria em torno de R$ 60 mil. Seu design chamava atenção pelo formato simples e geométrico, adaptado para dois ocupantes.
O sucessor, Itaipu E400, foi pensado como um veículo utilitário. Ele contava com potência de 11 cv, autonomia de até 80 km e mantinha o mesmo tempo de recarga de dez horas. Seu objetivo era atender empresas e serviços urbanos, o que de fato aconteceu por um curto período.
Ambos os modelos, apesar das limitações, mostraram que a Gurgel estava décadas à frente de seu tempo ao apostar na eletrificação veicular em uma época em que o tema ainda parecia distante no Brasil e no mundo.
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