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Mercado de usados e seminovos vendeu 15,7 milhões de carros no ano passado | Freepik
O Brasil fechou 2024 com 15,7 milhões de carros seminovos e usados vendidos. O número é quase seis vezes maior do que os 2,6 milhões de veículos zero quilômetros comercializados no mesmo período.
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Se por um lado a Federação Nacional das Associações dos Revendedores de Veículos Automotores (Fenauto) comemora o melhor número da série histórica registrada desde 2011, por outro lado, essa proporção preocupa o mercado de revendas.
“Costumo dizer que não existe fábrica de carros usados”, diz o presidente da Fenauto, Enilson Sales. “Se faltam zero quilômetros, vai faltar usados lá na frente”, completa.
No auge da pandemia de Covid-19, com queda na produção de veículos, aumento dos preços e impacto no bolso do consumidor, essa proporção foi até maior. Chegou a ser sete vezes maior o comércio de usados.
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Para os padrões nacionais, Enilson explica que o cenário ideal seria um equilíbrio maior, de três a quatro usados para cada 0km vendidos. Ainda longe do “primeiro mundo”. “No mercado americano novos e usados vendem quase a mesma quantidade”, conta.
Nos últimos anos, o mercado automotivo brasileiro vem se recuperando da pandemia. No ano passado, o Brasil ultrapassou a Espanha e recuperou a oitava colocação global, com 2,55 milhões de veículos produzidos.
Os números tendem a aumentar. As montadoras chinesas, por exemplo, estão de olho em fábricas no interior de São Paulo.
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“Melhorou bastante, mas o mercado ainda não consegue entregar o zero quilômetro com um preço acessível”, comenta o presidente da Fenauto. O Fiat Mobi Like é, hoje, o carro novo mais barato do Brasil e custa R$ 76,9 mil.
Apesar do ritmo lento, a venda de veículos zero quilômetros também tem crescido no País. O voluma de vendas registrou alta de 14,1% em relação ao ano anterior.
Apesar do aquecimento do mercado registrado em 2024, o presidente da Fenauto está pessimista quando ao ano atual.
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Um dos pontos vem dos números de janeiro, que apontam crescimento de 2,1% em relação ao janeiro anterior, mas uma queda de 16,9% se comparado com dezembro. “Vejo com menos otimismo e mais ceticismo o ano de 2025”, afirma Sales.
Na explicação do dirigente, o setor de bens é muito mais dependente da conjuntura econômica e há uma preocupação com os gastos públicos.
“Desequilíbrio nos gastos gera inflação, que faz aumento de preços e queda no consumo”, resume o especialista. Isso acaba impactando o consumidor, aumentando o peso no bolso para alimentos, contas e seguros.
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Se o ano for mais complicado para o bolso do brasileiro, isso afeta as vendas de carro, por questão de prioridade. “Veículo vem depois de comida”, finaliza Enilson Sales.
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