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Produzido em Taubaté, SUV inédito aposta em familiaridade, conectividade e pacote ADAS | Divulgação
A despedida oficial do Volkswagen Gol, um dos carros mais longevos e vendidos da história da montadora no mercado brasileiro, foi em 2023.
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Desde então, vários rumores e especulações sobre seu possível retorno nunca pararam de circular, afinal de contas, o hatchback de porte compacto e sotaque alemão foi um ícone de importância reconhecida mundialmente e, como tal, não poderia simplesmente desaparecer.
Desde a saída de cena do Gol, a expectativa de que um novo produto surgisse para ocupar seu lugar só aumentou entre o consumidor brasileiro.
E as respostas começaram a aparecer em setembro do ano passado. No dia 11 daquele mês, a fabricante divulgou o primeiro teaser de seu novo modelo, um SUV inédito que poderia ser visto pela primeira vez no “Rock in Rio”, mas apenas parcialmente.
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O suspense continuou até novembro. No dia 4, o batismo oficial foi confirmado: o novo carro teria o nome de “Tera”.
Apesar da confirmação do nome, o então novo Tera só foi revelado por completo meses depois, durante o Carnaval deste ano, em março. A ação foi celebrada por Ciro Possobom, CEO e presidente da Volkswagen do Brasil.
“A grandeza e a relevância do novo Tera são refletidas pelo imenso interesse da imprensa e do público. Durante anos, especulações sobre origem, nome, design e características estiveram no centro das discussões. Agora, com a revelação do Tera, a Volkswagen não só apresenta seu modelo mais importante dos últimos tempos como inova ao se tornar a primeira marca de automóveis a apresentar um carro durante o Carnaval, a maior festa popular do planeta”, comentou.
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Dois meses depois, em maio, o Tera foi lançado oficialmente com todas as informações pertinentes.
Inteiramente desenvolvido no Brasil, o inédito SUV compacto é fabricado em Taubaté (SP), e a expectativa da marca é que ele seja vendido em 20 países, superando os números dos antigos “best-sellers” da empresa – no caso, o Fusca, com total de três milhões de unidades somente no Brasil e o Gol, com mais de sete milhões de exemplares vendidos, segundo dados fornecidos pela própria Volkswagen.
No lançamento, eram quatro configurações disponíveis: a MPI, por R$ 103.990, a TSI a R$ 116.990, a Comfort a R$ 126.990 e High a R$ 139.990. A fabricante ofereceu, ainda, um lote de 999 unidades do Tera MPI com preço especial de R$ 99.990.
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Pouco tempo após começar a ser vendido, o Tera, ficou mais caro somente dois meses após o seu lançamento.
Outra oportunidade exclusiva do período de lançamento foi a oferta do pacote denominado “Outfit The Town Edition”, disponível unicamente para a versão High por R$ 2.300.
Na tabela atual, os valores tiveram aumento de R$ 1.900 em todas as variantes, com a MPI custando R$ 105.890, a TSI se iniciando em R$ 118.890, a Comfort partindo de R$ 128.890 e a High a R$ 141.890.
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O pacote Outfit, sem os detalhes estéticos The Town, sai agora por R$ 2.330 e obriga a adição de uma das opções de cores com o teto em Preto Ninja, sendo que a mais em conta é a Branco Cristal, a R$ 900.
A avaliação do Tera foi com a edição especial mais completa no ato do lançamento, ou seja, a High com o pacote opcional “Outfit The Town Edition”.
A unidade testada tinha ainda um extra: a cor Prata Lunar, uma tonalidade prateada com leve toque azulado que estreou no Volkswagen Up em 2014, chegando a ser oferecida em outros modelos, porém, já não ofertada em nenhum produto do portfólio da empresa há algum tempo.
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O carro avaliado também contava com o pacote ADAS, um opcional de R$ 2.879 que acrescenta assistente de permanência em faixa e monitoramento de pontos cegos com alerta de tráfego cruzado na traseira.
Mesmo sendo anunciado como um produto revolucionário, a Volkswagen quis se certificar de que o Tera fizesse o cliente habitual da marca se sentir “em casa”.
De modo geral, a cabine traz o layout padrão dos produtos veteranos da marca, mas não sem algumas melhorias bem-vindas: o plástico que reveste as superfícies menos nobres, por assim dizer, apresenta aspecto visual e tátil bastante superior ao encontrado nos “irmãos” de projeto, todos os modelos que dividem a plataforma MQB A0. O cluster de instrumentos no Tera é sempre digital, independentemente da versão.
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No caso da High avaliada, é o conhecido Active Info Display com tela de 10,25 polegadas e três modos de visualização.
O pacote Outfit acrescenta detalhes escurecidos na parte externa e define o interior do Tera, trazendo bancos exclusivos com revestimento em dois tons, costura em azul claro por pontos variados e vinil tanto para os assentos quanto para os apoios de braço das portas e detalhe decorativo no painel.
Os bancos da frente são dotados de encosto de cabeça fixo e um apoio de braço com altura ajustável para o do motorista.
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Há quatro portas USB tipo C, sendo duas na frente e duas atrás, bem como porta-copos com divisórias personalizáveis (como nos elétricos ID.4 e ID. Buzz) e o tradicional VW Play, uma central multimídia com tela de 10,1 polegadas em estilo flutuante e sem controles físicos.
Uma discreta guia de leds na cor branca decora o painel durante os passeios noturnos.
Rio de Janeiro – Enquanto o Tera MPI traz o conhecido motor 1.0 aspirado flex, de três cilindros e 84 cavalos de potência, o High avaliado é equipado com o polêmico 170 TSI, 1.0 turbo bicombustível e três cilindros, capaz de gerar até 116 cavalos de potência e 16,8 kgfm de torque, atrelado a uma transmissão automática de 6 velocidades.
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É o mesmo conjunto presente nas variantes mais caras do Polo reestilizado e escolhido justamente para distanciar o Tera dos “irmãos” Nivus e T-Cross, apontando a mira do novo SUV compacto em custo-benefício.
Assim como os outros Volkswagen com motor 1.0 turbo, o Tera é bastante suave e silencioso na maioria das vezes, se mostrando mais do que suficiente na condução urbana.
A coisa só muda de figura na estrada onde, vez ou outra, se faz necessário esticar mais as marchas para que o motor atinja seu pico de potência.
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Sendo assim, o 200 TSI faz falta com sua cavalaria e seu torque extras. No mais, em termos de direção e acerto de suspensão, o novato da marca alemã é exatamente igual aos seus “irmãos” de projeto, se mostrando neutro quando é mais exigido em curvas e ao passar por eventuais defeitos da pista sem causar sustos ou desconfortos.
Com suas linhas assinadas pela equipe de José Carlos Pavone, diretor de Design da Volkswagen para as Américas, o Tera disfarça seu porte diminuto com linhas robustas e mais agressivas do que a de seus “irmãos” maiores.
A dianteira traz faróis inteiramente em leds para todas as versões, com refletores fixos sem controle eletrônico de altura do facho de luz, uma involução perante outros produtos da arquitetura MQB A0, interligando-se entre si pela grade com acabamentos em “J” sem efeito luminoso em nenhuma variante.
O para-choque frontal conta com grandes entradas de ar, iniciando o contorno dos para-lamas abaulados e finalizados por molduras em plástico preto contornando as rodas – que são de 17 polegadas na configuração High.
De lado, o Tera tem perfil muito semelhante ao do Polo, mas com personalidade própria conferida pelas bases do rack e a linha de cintura ascendente a partir das portas traseiras, feita para puxar o design para cima e reforçar a sensação de maior volume.
Na traseira, as lanternas trazem máscara em preto brilhante e contam com leds para as luzes de posição e freio, alternando os segmentos que se iluminam no efeito denominado “click-clack” pela marca, presente também no Golf, no Passat e no Tiguan.
O Tera deixa claro se tratar de um Volkswagen por todos os lados.
A sensação ao final do teste é a de que o Tera já foi dirigido em outras oportunidades, embora seja um produto inédito. A familiarização na condução do novo SUV compacto da marca alemã é tão grande que pode acabar deixando uma sensação de falta de mais novidades.
Por um lado, isso pode ser bom para os fãs e clientes tradicionais da Volkswagen, que encontram ingredientes bem conhecidos e que aprenderam a gostar nos produtos da empresa.
Por outro, quem aguardava por uma revolução na filosofia da fabricante alemã para cogitar na aquisição de seu novo carro, pode acabar se decepcionando, pois o Tera não trouxe nenhuma.
Apesar de tudo, o novato já atingiu a vice-liderança em vendas na primeira quinzena de outubro, atrás apenas (e distante) da Fiat Strada, com 4.857 unidades do Tera ante 7.276 da picape compacta, uma virada de mesa interessante após um começo tímido.
Volkswagen Tera High com pacote “Outfit The Town Edition”
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