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Segundo Guedes, os investidores estavam cautelosos em relação ao novo governo em 2019, e agora ele retorna para mostrar os números da recuperação econômica e fatos que demonstram a força do país
21/01/2020 às 15:01 atualizado em 21/01/2020 às 15:02
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Guedes afirmou que a economia brasileira cresceria 1%, 2%, 3% e 4% a cada ano do governo | World Economic Forum/Christian Clavadetscher
O ministro da Economia, Paulo Guedes, agora também está se dedicando a temas políticos. No Fórum Econômico Mundial de Davos, quer mostrar que o Brasil, além de ser um país em recuperação econômica, tem uma democracia estável. Portanto, oferece um ambiente completo de boas oportunidades a investidores do mundo todo. Esse é o recado que Guedes quer passar para cerca de 50 executivos de empresas e representantes de governos com quem tem agenda durante o evento na Suíça.
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"Ecos provocados pelos próprios brasileiros que se opõem ao governo deram uma ideia errônea aos investidores sobre o que tem acontecido. Eu vou apresentar os números [em reuniões a investidores]", diz ele. "O Brasil tem uma democracia estável, pujante e que funciona, e os investidores precisam ter clareza disso", disse o ministro à reportagem da Folha de S.Paulo.
O Fórum, que reúne representantes de governos, empresas e entidades dos mais diversos setores para tratar de temas como economia sustentável e quarta revolução industrial, ocorre de 21 a 24 de janeiro.
Segundo Guedes, os investidores estavam cautelosos em relação ao novo governo do Brasil no Fórum em 2019, e agora ele retorna para mostrar os números da recuperação econômica e fatos que demonstram a "força institucional" do país.
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O Brasil começou 2019 com previsão de crescimento acima de 2%, mas deve ter terminado o ano com avanço ao redor de 1,12%, segundo estimativa do governo. Os dados oficiais do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) saem em 4 de março. Para 2020, a projeção do governo é de avanço de 2,40% do PIB (Produto Interno Bruto).
No painel sobre projeções para o crescimento da América Latina, o primeiro em Davos no qual falou sobre números da economia, Guedes afirmou que a economia brasileira cresceria 1%, 2%, 3% e 4% a cada ano do governo.
Na avaliação de Guedes, um dos indicativos de que as instituições "estão saudáveis" no país foi a reação do governo aos protestos contra o vídeo do ex-secretário especial da Cultura, Roberto Alvim. Em pronunciamento na sexta-feira (17), Alvim copiou Joseph Goebbels, ministro da propaganda durante o governo Nazista de Hitler, e provocou onda de protestos que o presidente Jair Bolsonaro a demiti-lo.
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"A mais recente demonstração de que nossa democracia está fortalecida foi a rápida decisão do presidente Bolsonaro de demitir o secretário", diz Guedes, que soube do vídeo e sua repercussão quando estava nos Estados Unidos para apresentar uma palestra na Mont Pelegrín Society, na Universidade de Stanford.
Os presidentes de grandes empresas são destaque na agenda ao longo da semana.
Falará de agenda econômica e política do Brasil com Axel Weber, presidente do banco UBS. Já com Mark Machin, presidente do CPP Investment Board (fundo de pensão canadense) falará sobre a agenda de reformas e opções de investimentos. Também participará do tradicional almoço para clientes do Itaú Unibanco, que ocorre nesta terça.
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Tem reuniões com Tim Cook, presidente da Apple, e Brad Smith, presidente da Microsoft, para tratar sobre a oportunidade de projetos no Brasil.
Para Ryan McInerney, presidente da Visa, pretende apresentar a reforma do sistema financeiro que está em curso no Brasil e tratar de eventuais investimentos do grupo que possam reduzir a informalidade e expandir o acesso a produtos financeiros.
Com Lakshmi Mittal, presidente global da companhia de mineração Arcelor Mittal a meta é tratar do futuro da indústria de aço e investimentos no Brasil.
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Na área de energia, tem agenda com Mike Wirth, presidente da Chevron, uma das maiores petroleiras do mundo, para discutir oportunidades de investimento no Brasil, e com Francisco Reynés, presidente da Naturgy, empresa espanhola da área de gás natural, setor que o governo prioriza.
Também tem reunião bilateral com Dara Khosrowshahi, presidente da Uber, na qual vai tratar sobre questões trabalhistas e tributárias.
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*Por Alexa Salomão e Luciana Coelho, da Folhapress
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