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Militar resgata bombeiros que trabalhavam na busca de vítimas da barragem de Brumadinho, em 2019 | / Eduardo Anizelli/Folhapress
A Vale informou em seu balanço de 2019 que vem negociando acordos com o governo de Minas Gerais e outras autoridades para suspender ações referentes ao desastre de Brumadinho (MG) que podem lhe custar até R$ 8 bilhões adicionais. Até agora, a companhia já reservou R$ 29 bilhões em gastos com indenizações, reparações e obras relacionadas à tragédia, incluindo a descaracterização de barragens semelhantes à que se rompeu em janeiro de 2019, deixando 270 mortos.
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Segundo relatório de comissão independente contratada pela empresa, divulgado na quinta-feira (20), a Vale sabia das fragilidades da estrutura desde, pelo menos, 2003, e não tomou medidas para tirar instalações operacionais da área de risco.
A Vale diz que não há certeza sobre a conclusão dos acordos e, por isso, os recursos ainda não foram provisionados. Com base nos termos atuais de discussão, o custo dos acordos pode variar entre R$ 4 bilhões e R$ 8 bilhões.
Em teleconferência com analistas, a direção da empresa disse que eventuais negociações para suspender ações judiciais podem reduzir a insegurança jurídica sobre os resultados da companhia e agilizar o retorno do pagamento de dividendos.
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"O acordo tem que ser bom para ambas as partes. Se é tão bom para nós suspender as ações, as autoridades estão pedindo algo a mais", comentou o diretor financeiro da companhia, Luciano Siani.
Assim que forem anunciados, os custos passam a ser provisionados em balanço.
As primeiras provisões levaram a companhia a registrar prejuízo de R$ 6,7 bilhões em 2019. Com interrupções em outras minas devido ao aumento das restrições de segurança, a produção de minério de ferro da companhia caiu 21,5% no ano. A Vale espera recuperar parte da produção durante o ano, chegando ao fim de 2020 com 340 a 355 milhões de toneladas. Até dezembro, a companhia quer retomar também as operações na mina da Samarco, em Mariana, onde o rompimento de uma barragem deixou 29 mortos em 2015.
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