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Brasil só está atrás dos EUA em número de mortes pelo novo coronavírus | Gibran Mendes/CUT Paraná
O Brasil chega à marca de 100 mil mortes pelo novo coronavírus neste fim de semana. De acordo com analistas, uma sucessão de erros do governo federal, dos estados e dos municípios fez com que o País fosse o segundo colocado em vítimas fatais do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos, e com números bem maiores a países como Argentina, México e Reino Unido.
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Segundo Domingos Alves, professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) de Ribeirão Preto, boa parte do que o País vive hoje está ligado ao negacionismo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que em março disse, por exemplo, que a pandemia não passava de um “resfriadinho” e que o coronavírus não causaria mais de 800 mortes pelo País.
“Uma das maiores falhas do governo federal é nunca ter tomado para si o problema”, afirmou Alves em entrevista à Gazeta.
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O professor também aponta a falta de envio de recursos suficientes pelo governo federal para os estados e municípios se manterem durante a crise, além da insistência em se investir na cloroquina enquanto faltam recursos para itens essenciais. “Hoje existem quase 10 milhões de testes parados no governo federal que não foram distribuídos para os estados por falta de insumos, como cotonetes e reagentes”.
O médico Drauzio Varella também criticou a defesa constante da reabertura da economia. “Você não vai encontrar um epidemiologista digno desse nome que te diga que está na hora de abrir. Não vai pegar um país que está tendo mil mortes por dia e achar que está tudo bem, que as pessoas podem ir para a rua”, afirmou à "GloboNews".
Os erros de Doria
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O professor Domingos Alves também é crítico da atuação do governador João Doria (PSDB) durante crise sanitária do novo coronavírus. Alves explica que o grande erro do governador é “fazer uma propaganda” de que existe algum controle da pandemia no Estado. “Essa é uma verdadeira enganação da população”, disse.
Para ele, o Plano São Paulo, que entrou em vigor em 1º de junho como um plano de retomada heterogênea das atividades econômicas e sociais no Estado, não pode ser chamada de quarentena. “Não existe nos anais da ciência e da medicina uma quarentena heterogênea. Ou é quarentena ou não é”. Ele também afirma que o platô, quando há uma estabilidade dos casos e mortes, nunca aconteceu no São Paulo – Doria havia afirmado em 10 de julho que o Estado estava entrando no platô.
De acordo com o professor da USP de Ribeirão Preto, com a forma como as gestões federal e estadual estão gerindo a crise, a situação tende a continuar piorando nos próximos meses. “Com a chegada aos 100 mil mortos, a pergunta que tem que ser feita agora é: quando chegaremos aos 200 mil? Seguindo o que tem acontecido no Brasil, é uma questão de tempo”.
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