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Ex-presidente Lula durante discurso na sede do Sindicato dos Metalúrgicos, em São Bernardo do Campo | /Marcelo Gonçalves/Folhapress
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez um pronunciamento de quase uma hora e meia na manhã desta quarta-feira, após o ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), anular todas as suas condenações na Lava Jato por entender que a 13ª Vara de Curitiba não tinha competência para analisar os casos. Com isso, Lula voltou a ter os direitos políticos garantidos.
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No discurso, realizado na sede do Sindicato dos Metalúrgicos, em São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo, Lula disse ter sido vítima de uma “mentira jurídica”, em relação à sua condenação pela Operação Lava Jato, em processos julgados pelo ex-juiz e ex-ministro da Justiça Sergio Moro.
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"Fui vítima da maior mentira jurídica contada em 500 anos de história deste país", bradou o ex-presidente. "Faz quase 3 anos que eu saí da sede desse sindicato para ir me entregar à Polícia Federal. Eu fui, obviamente, contra minha vontade porque sabia que estavam prendendo um inocente. Fui porque não seria correto um homem com a minha história, construída com muito de vocês, sair na capa dos jornais como um fugitivo ", disse.
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O ex-presidente afirmou ter razão para ter "muitas e profundas mágoas", mas não as têm, e associou seu caso ao sofrimento da população mais pobre durante a pandemia. “Se tem um brasileiro que tem razão de ter muitas e profundas mágoas sou eu, mas não tenho. Sinceramente eu não tenho porque o sofrimento que o povo brasileiro está passando, o sofrimento que as pessoas pobres estão passando neste país é infinitamente maior do que qualquer crime que cometeram contra mim”.
Ele também criticou a condução da política econômica do ministro Paulo Guedes, que, segundo Lula, "só fala em privatização", e exaltou a importância de ações relacionadas à soberania nacional, como na condução dos seus governos na Petrobras e nos blocos comerciais, como o Brics. "Nós tínhamos um projeto de nação".
'Deus de barro'
Lula também citou Moro, chamando-o de “mentiroso”, e disse que a Operação Lava Jato era uma “quadrilha”, citando também o procurador Deltan Dallagnol.
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"Hoje, eu tenho certeza que ele [Moro] deve estar sofrendo muito mais do que eu sofri. Eu tenho certeza que o Dallagnol deve estar sofrendo muito mais do que eu sofri, porque eles sabem que eles cometeram um erro, e eu sabia que eu não tinha cometido um erro”, afirmou o ex-presidente.
Bolsonaro
Em um aceno a favor das forças de segurança e contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ao mesmo tempo, Lula disse que eram as Forças Armadas e a Polícia que precisariam de armas, não o cidadão comum. “A população precisa de emprego e não de armas”.
Lula também falou sobre a importância da vacina, e voltou a criticar o atual presidente, de forma dura.
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"Eu vou tomar minha vacina e quero fazer propaganda para o povo brasileiro: não siga nenhuma decisão imbecil do presidente da República ou do ministro da Saúde. Tome vacina. Tome vacina porque a vacina é uma das coisas que pode livrar você do Covid. Mas mesmo tomando vacina, não ache que você possa tomar a vacina e já tirar a camisa, ir pro boteco, pedir uma cerveja gelada e ficar conversando, não! Você precisa continuar fazendo o isolamento, e você precisa continuar usando máscara e utilizando álcool em gel”, finalizou Lula, que presidiu o Brasil entre 2003 e 2010.
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