OPINIÃO
Presidente errou na aposta, pois o número de mortos caiu em proporções geométricas, na conformidade do aumento de vacinados
Bolsonaro ao lado do personagem Zé Gotinha, símbolo da vacinação no Brasil / Pedro Ladeira/Folhapress
A denominada Revolta da Vacina ocorreu no início do século XX no Rio de Janeiro, em tempos que era capital nacional. Vários protestos foram realizados em oposição a vacinação obrigatória contra a varíola. No front do programa de imunização estava o Diretor Geral de Saúde Pública, o médico Oswaldo Cruz, que em momento depois foi indicado duas vezes para o prêmio Nobel de Medicina.
No decorrer do anos houve uma evolução notável no programa nacional de imunização, tornando-se uma referência mundial. Com a chegada da epidemia do novo coronavírus, muito se debateu sobre a fórmula de sua extinção ou sua amenização. A comunidade mundial de saúde chegou à conclusão de que um método de vacinação seria eficaz, ao menos para mitigar o número de mortes.
No Brasil a resistência contra tal modelo não nasceu somente na população em geral, mas também nas palavras do presidente Jair Bolsonaro (PL), que desde o início de 2020 se posicionou contrário, indicando dúvidas com relação a sua eficácia. Sistematicamente sua base eleitoral replicou tais ideias, criando a nova revolta da vacina em terras brasilis. Após vários embates, preferência por laboratórios, entre outros, hoje, prova-se que o Presidente errou na aposta, pois o número de mortos caiu em proporções geométricas, na conformidade do aumento de vacinados.
As infecções ainda permanecem, mas a amenização da pandemia alcançou seu sucesso parcial. Sem argumentos, Bolsonaro atacou, recentemente, a vacinação de crianças embora estudos indicassem dessa possibilidade, mas cedeu ao perceber que não houve repercussão na enquete feita pelo Ministério da Saúde. O combate à Covid-19 seria o trunfo para a eleição de 2022, mas a base governista preferiu e prefere a “revolta da vacina”. O Capitão está malogrado em sua verborragia e isso pode lhe custar a reeleição.
*Célio Egidio é jornalista, advogado, Doutor em Direito pela PUC-SP e assessor parlamentar
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