Brasil
Ação foi deflagrada pelo Ministério Público de MG e ocorreu para apurar a responsabilidade pelo rompimento de barragem
Uma operação na manhã de sexta-feira prendeu oito funcionários da Vale nos estados de Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro.
A ação foi deflagrada pelo Ministério Público de Minas Gerais, com apoio das polícias Civil e Militar, e ocorreu para apurar a responsabilidade pelo rompimento da barragem em Brumadinho, no último dia 25, que deixou ao menos 166 mortos. O número pode subir para 315, dado que ainda há desaparecidos.
Foram cumpridos 14 mandados de busca e apreensão, além dos oito mandados de prisão temporária. Os investigados presos possuem cargos de gerência e de equipes técnicas. As prisões são temporárias, com prazo de até 30 dias. Segundo a Promotoria mineira, os detidos são investigados para determinar a autoria ou participação em "centenas de crimes" de homicídio qualificado, considerado hediondo.
O juiz Rodrigo Heleno Chaves, de Brumadinho, afirmou que a prisão é imprescindível para as investigações do inquérito policial. "Trata-se de delito de complexa apuração, praticamente praticado na clandestinidade. Somente com a prisão deles será possível aferir quais as pessoas da Vale que tomaram conhecimento dos fatos e optaram pela postura que ocasionou os gravíssimos danos humanos e ambientais", disse.
"Ao que parece, os funcionários da Vale assumiram o risco de produzir o resultado pois, mesmo diante de novos elementos aptos a demonstrar a situação de emergência (...), não acionaram o Plano de Ação de Emergência de Barragens de Mineração (PAEBM)", escreveu.
Um dos presos é Alexandre de Paula Campanha, gerente- executivo de Gestão de Riscos e de Estruturas Geotécnicas Ferrosos. Ele foi citado no depoimento do engenheiro da Tüv Süd Makoto Namba à Polícia Federal. A empresa foi a responsável pelos relatórios que atestaram a estabilidade da barragem.
Segundo Namba, Campanha teria interpelado o engenheiro, questionando-o: "A Tüv Süd vai assinar ou não a declaração de estabilidade?" De acordo o relatório da PF sobre o depoimento, Namba declarou ter sentido que a frase foi "uma maneira de pressionar o declarante e a Tüv Süd a assinar a declaração de condição de estabilidade sob o risco de perderem o contrato." Também foi feita busca e apreensão de documentos e provas na sede da Vale, no Rio. Foram apreendidos computadores, celulares e documentos. Em nota, a Vale diz que continuará contribuindo com as investigações. (FP)
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