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MPF faz nova denúncia contra Wesley Batista

De acordo com o MP, Wesley teria usado informações privilegiadas para comandar operações cambiais de companhias

Matheus Herbert

Publicado em 08/05/2019 às 01:00

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Ministério Público Federal de São Paulo denunciou pela segunda vez o empresário Wesley Batista / /Marcelo Camargo/Agência Brasil

O Ministério Público Federal de São Paulo denunciou pela segunda vez o empresário Wesley Batista pelo crime de insider trading, que é o uso de informações privilegiadas para a obtenção de ganhos no mercado financeiro. A denúncia foi protocolada na Justiça Federal na manhã desta terça-feira.

De acordo com o MPF, quando estava à frente da Seara Alimentos e da Eldorado Celulose, Wesley teria comandado operações cambiais de ambas as companhias em meados de maio de 2017, quando o acordo de delação premiada que ele e o irmão Joesley Batista haviam firmado com o MPF ainda estava sob sigilo.

Segundo os investigadores, após a divulgação das delações a moeda norte-americana teve alta expressiva, o que teria rendido ao empresário quase R$ 70 milhões a partir dos contratos de dólar negociados dias antes.

Relatórios periciais da CVM (Comissão de Valores Mobiliários) e da PGR (Procuradoria-Geral da República) demonstraram a atipicidade das transações realizadas. A Eldorado, informaram as investigações, adquiriu contratos de dólar a termo nos dias 9 e 16 de maio no valor total de US$ 280 milhões (R$ 1,1 bilhão em valores atuais), equivalente ao triplo de todo o lucro obtido pela empresa no ano anterior.

Já a Seara teria efetuado a compra de dólar futuro no montante de US$ 25 milhões (R$ 99 milhões) entre os dias 10 e 16 daquele mês, quantia 50 vezes superior à média das operações que a empresa vinha realizando no mercado cambial desde o segundo semestre de 2016, informou o Ministério Público, o qual divulgou ainda que as datas coincidem com o período entre a celebração do acordo de colaboração premiada, no início de maio, e a divulgação de seu teor, no dia 17.

Como efeito da publicação das informações, a cotação do dólar futuro teve alta de 9% no dia 18, a maior elevação diária registrada em 14 anos, disseram os
investigadores. (FP)

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