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ENTREVISTA

80% dos bares e restaurantes permanecem fechados na Capital, diz presidente da Abrasel-SP

Percival Maricato, presidente da Abrasel-SP, explica que valendo mais aos empresários do setor manter as portas fechadas do que reabrir com as regras atuais

Bruno Hoffmann

Publicado em 24/07/2020 às 15:44

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Crédito do vídeo: Alexandre Ferreira

Percival Maricato, presidente da Abrasel-SP, diz que está valendo mais aos empresários do setor manter as portas fechadas / /Divulgação

Em 6 de julho a Prefeitura de São Paulo liberou o funcionamento de bares e restaurantes na capital paulista. Três semanas depois, contudo, a medida ainda não representou uma volta relevante do setor. De acordo com levantamento da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes de São Paulo (Abrasel-SP), 80% dos estabelecimentos permanecem com as portas fechadas na maior cidade do País.

Em entrevista à Gazeta, Percival Maricato, presidente da Abrasel-SP, explica que os protocolos do governo paulista são extremamente rígidos, e está valendo mais aos empresários do setor manter as portas fechadas do que reabrir com as regras atuais.

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A abertura na Capital foi liberada com uma série de regras, como ocupação máxima de 40% da capacidade do local, proibição de consumo na calçada e abertura durante 6 horas diárias, até às 17h.

“[Com essas regras] Só reabriram os que servem almoço, e entre esses 59% preferiram ficar de portas fechadas. Os que abriram não estão faturando sequer 20% do que faturavam antes”, diz Maricato. De acordo com o estudo, do total de estabelecimentos, apenas 20% retornaram às atividades.

Maricato explica que as regras não permitem a abertura de pizzarias e bares, que tradicionalmente funcionam à noite. Ele diz ainda que a abertura nas condições atuais obriga o restaurante a gastar muito mais para remontar estoque, gastar com contas fixas e obedecer protocolos, com faturamento muito menor.

“Por um lado vai gastar mais e por outro vai ter uma receita pequena. Hoje em dia achamos que todo mundo que ficou fechado, acertou. Gasta menos fechado do que abrindo. Quem abriu tem uma pequena vantagem, que é colocar o pé no novo normal, treinar a equipe e tentar reconquistar o cliente, mas vai ter que ter recursos para aguentar essa fase de transição”.

A entidade se reuniu com o governador João Doria (PSDB) nesta semana, e fez uma série de reivindicações, como abertura aos fins de semana até às 19h, lotação máxima de até 60% da capacidade e a possibilidade de poder dividir as seis horas diárias de funcionamento. Por exemplo, um restaurante poderia abrir 3 horas à tarde e 3 à noite, enquanto uma cafeteria escolheria 3 horas de manhã e 3 no fim da tarde. “Se esses pleitos forem atendidos a gente abre um pouco mais”, diz Maricato.

Rio atrapalhou

Percival Maricato afirma que as cenas vistas no Rio de Janeiro, de bares lotados e desrespeito a fiscais, mostradas em reportagens de televisão, influenciou o governo de São Paulo a adotar protocolos mais rígidos.

“Sem dúvida, influenciou muito. Todo mundo foi penalizado pelo que aconteceu no Rio de Janeiro. Infelizmente, uma falta de cidadania. Eu acho que aquela moça pensou que cidadão era profissão...”, afirma.

Além da flexibilização dos protocolos, Maricato explica ser fundamental que os governos federal e estadual criem linhas de financiamento ao setor.

“A nossa maior reivindicação são os financiamentos. Há muito que o governo federal propõe financiamento. Foram anunciados cinco ou seis, com muita fanfarra, muita pirotecnia, e nenhum chegou massivamente na ponta”. Segundo o presidente da Abrasel, apenas 11,9% dos empresários do setor conseguiram os financiamentos durante a pandemia do novo coronavírus, e somente após “passar humilhações” em bancos.

O setor de bares e restaurantes demitiu 300 mil pessoas no estado de São Paulo desde o início da pandemia, estima a Abrasel-SP.

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