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Cinco municípios em quatro estados elegem novos prefeitos | José Cruz/Agência Brasil
As eleições municipais de 2020 sofrerão alterações inéditas devido à crise sanitária, principalmente no calendário, nas campanhas e no comportamento do eleitor na hora de decidir quem vai gerir as cidades brasileiras no pós-pandemia.
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A primeira mudança de impacto foi a transferência do primeiro turno para 15 de novembro e o segundo para 29 de novembro. A campanha eleitoral se iniciará em 26 de setembro, quando os candidatos poderão passar a pedir votos.
É improvável, porém, que esse convencimento pela simpatia do povo produza as cenas clássicas do candidato em feiras públicas abraçando correligionários, beijando crianças e comendo pastel ao mesmo tempo.
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“O forte da ação política ficou focado nas redes sociais. O candidato que não conseguir trabalhar estratégia de divulgação e conteúdo nas redes sociais vai perder terreno”, analisa o publicitário João Miras, estrategista de marketing político eleitoral há quase 40 anos.
Segundo ele, a pandemia não vai mudar somente o calendário e a forma de fazer campanha, mas o comportamento do eleitor. “O sentimento do eleitor é de absoluto repúdio à classe política. Esse sentimento já existe desde a brutal crise econômica gestada pelo governo Dilma Roussef, do PT, e se acentua agora com a insensibilidade quase absoluta dos políticos que administraram mal esses isolamentos e politizaram o trauma que vai trazer consequências imprevisíveis para o processo social”, explica Miras.
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Em sua análise, há uma percepção da população de que as medidas restritivas desembocaram numa perda de emprego e renda. Para o publicitário, esse movimento favorece a estratégia do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) – e, consequentemente, a quem ele apoiar nas cidades – e, no caso paulista, prejudica os candidatos apoiados pelo governador João Doria (PSDB).
“O governador Doria está associado aos lockdowns e fechamento do comércio no imaginário popular, e isso está comprometendo a imagem de seu governo. O governo do Estado comunica muito mal e está perdendo a batalha da comunicação”. Na sua avaliação, “se Bolsonaro acertar a mão, pode até fazer o prefeito de São Paulo”.
Na Capital, porém, analisa Miras, o prefeito Bruno Covas (PSDB) não deve ser tão prejudicado por ter “luz própria e trajetória política muito bem construída, com atributos pessoais, inclusive, mais destacados que os atributos administrativos”.
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De acordo com apuração da Gazeta, os pré-candidatos na cidade de São Paulo deverão ser Bruno Covas (PSDB), Guilherme Boulos (Psol), Jilmar Tatto (PT), José Luiz Datena ou Paulo Skaf (MDB), Celso Russomano (Republicanos), Joice Hasselmann (PSL), Filipe Sabará (Novo), Andrea Matarazzo (PSD), Arthur do Val (Patriota), Orlando Silva (PCdoB), Marta Suplicy (Solidariedade) e Márcio França (PSB).
2020 pode repetir 2018
O projeto de lei das fake news, aprovado no Senado e em discussão na Câmara, não tem mais a parte relacionada às eleições, tirada em cima da hora para garantir a sua aprovação. Com isso, ficou de fora, por exemplo, o pagamento de multa de até R$ 1 milhão a candidatos que se beneficiarem com propaganda com conteúdo manipulado para atacar os adversários.
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Há um temor de especialistas que a campanha deste ano repita as denúncias surgidas em 2018. “Como não vamos ter campanha física, todo mundo vai meio que jogar as cartas na campanha digital. Então, esses problemas que já existem podem ser agravados”, diz Pablo Ortellado, professor de Gestão de Políticas Públicas da USP, à “BBC”. Ele lembra, porém, que as próprias redes sociais estão criando meios para amenizar as fake news. “Mas não sei se serão suficientes”, afirma.
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