HISTÓRIA E ACOLHIMENTO
Criado em 1993, museu guarda as histórias dos primeiros imigrantes que chegaram ao Brasil até as migrações contemporâneas
O Museu da Imigração foi fundado em 1993 por iniciativa do Governo do Estado de SP / /Gabriel Romio
O bairro da Mooca, na zona leste de São Paulo, abriga um dos museus mais especiais da Capital. Fundado em 1993 por iniciativa do Governo do Estado, o Museu da Imigração funciona no prédio da antiga Hospedaria de Imigrantes, que chegou a receber mais de 2,5 milhões de pessoas.
Construída entre 1885 e 1887, a hospedaria começou a receber imigrantes em junho de 1887 e funcionou até 1978, quando, após 91 anos, fechou as portas. O principal destino das pessoas de mais de 70 nacionalidades que passaram por ali eram as fazendas de café espalhadas pelas cidades paulistas.
Segundo a coordenadora técnica da instituição, Mariana Martins, no geral, as pessoas ficavam na hospedaria por cerca de sete dias. Ali, elas eram recepcionadas, tinham abrigo e eram encaminhadas para seus futuros postos de trabalho. Além disso, a hospedaria mantinha outros serviços, como maternidade, salas de vacina, enfermaria, correios, posto policial, entre outros, que também atendiam a população em geral.
Brasileiros
Engana-se quem pensa que apenas estrangeiros ficavam hospedados na Hospedaria de Imigrantes. A partir de 1930, um grande contingente de brasileiros passou a frequentar o local. Eles vinham, sobretudo, do norte de Minas Gerais e dos estados do Nordeste.
“Depois da década de 1930, os brasileiros são a predominância dos abrigados. Dentro de uma política de fomento para migração interna, os emissários ficavam no norte de Minas, no Nordeste e as pessoas vinham para São Paulo subsidiadas”, explica Mariana.
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O Museu hoje
Mesmo não sendo mais uma hospedaria, o museu continua sendo um lugar de acolhimento. Isso porque ele divide espaço com a organização Arsenal da Esperança, que recebe cerca de 1,2 mil homens, em situação de vulnerabilidade, todas as noites.
Além disso, desde 2010, o Museu da Imigração vem se reposicionando conceitualmente , “deslocando um pouco da ideia de histórias individuais e comunitárias para uma ideia de imigração como experiência e direito humano, abarcando também as migrações contemporâneas”, esclarece a porta-voz da instituição.
Acervo
Situado na rua Visconde de Parnaíba, 1.316, o Museu da Imigração conta com um acervo de mais de 12 mil itens e recebia, antes da pandemia, cerca de 12 mil visitantes por mês, chagando a 7 mil pessoas por dia nos meses de maio e junho, quando acontece a Festa do Imigrante, um evento no qual as pessoas podem conhecer a culinária, o artesanato e manifestações artísticas de diversas culturas.
Além das exposições temporárias, o espaço possui uma exposição de longa duração, “Migrar: Experiências, Memórias e Identidades”, que fala da história da migração, desde os primeiros hominídeos saídos da África, e faz todo um percurso pela história do Brasil e da hospedaria, situando São Paulo como uma cidade cosmopolita.
Atualmente, o museu está funcionando com capacidade reduzida e todos os protocolos sanitários. Quem for visitá-lo pode conhecer também a cafeteria do local e um espaço no qual é possível tirar uma fotografia de época.
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