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SEQUELAS E DÍVIDAS

Após alta da Covid, idoso deve R$ 2,6 milhões a hospital de São Paulo

A dívida se refere a 191 dias de internação para tratamento da doença; a família diz que não tem condições de pagar e prevê mais gastos com a recuperação pós-Covid

Joseph Silva

Publicado em 05/10/2021 às 20:45

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Fachada do Hospital São Camilo, na zona norte de São Paulo / /Carol Guedes/Folhapress

Após receber alta do Hospital São Camilo, na zona norte da capital paulista, na segunda-feira (4), Carlos Massatoshi Higa, de 72 anos, levou um susto com o tamanho da dívida acumulada durante os 191 dias em que esteve internado para se tratar da Covid-19: o idoso deve um total de R$ 2,6 milhões ao hospital.

A filha do idoso, Juliana Suyama Higa, de 37 anos, que é professora na rede municipal, afirmou que não sabe como a família vai pagar a dívida. As informações são do G1.

“Eu sei que estou devendo, estou preocupada, posso dizer inclusive desesperada. Confesso que ainda não sei como vou pagar. O importante é que ele está aqui. Eu realmente achei que ele não ia ficar com a gente. Eu vi meu pai entrando em coma. Os médicos desenganaram e não foi só uma e nem duas vezes. Foi uma luta surreal. Não tem como descrever”, disse a professora em entrevista ao Portal.

Apesar de estar feliz com a notícia da alta e de poder trazer o idoso para casa, a família se preocupa com a dívida gerada na internação e também com os próximos gastos pois Carlos ainda tem sequelas da doença.

Serão necessárias, por exemplo, sessões de fonoaudiologia porque a intubação afetou a fala do paciente. Além disso, um tratamento fisioterapêutico será imprescindível para ajudar a recuperar os movimentos das pernas e das mãos.

Agora, Juliana diz que irá tentar atendimento para o pai na rede pública para não aumentar ainda mais a dívida. "A gente não está se recusando a pagar, se tivéssemos [o dinheiro], teríamos pagado, mas esse valor é surreal para qualquer família de classe média. Sou professora, meu pai era dono de banca de jornal. Não temos condições", afirmou.

Quando Carlos foi diagnosticado com a doença, em março deste ano, a família tentou atendimento pelo SUS, mas, segundo eles, não haviam vagas disponíveis nos hospitais públicos da cidade.

“Meu pai foi internado no dia 27 de março. Foi bem naquela época em que teve um boom de internações por causa da variante de Manaus e faltou vaga em hospital público. Faltava até medicamento para intubação. No desespero, fomos direto para o particular, mas eu sabia que não tinha vaga no Hospital Geral Vila Penteado”, explicou.

A professora explica o motivo que acredita ter feito a dívida com o hospital chegar a este patamar. "Ele ainda teve de fazer hemodiálise constante com um equipamento chamado prisma, e o aluguel é caríssimo. Ele ficou quatro meses na UTI e, quando voltou para o quarto, teve duas convulsões e um AVC e teve de voltar para a UTI. Saiu de novo dias depois, teve outra complicação e teve de voltar e aí foi outra semana na UTI”, relembrou Juliana.

Depois que Carlos ficou mais estável na internação, os médicos sugeriram que ele fosse transferido para outra unidade do hospital São Camilo. Mas lá, somente a diária da internação custava R$ 5 mil.

Atualmente a família conta com uma vaquinha na internet para ajudar a levantar dinheiro e pagar a dívida. Eles já conseguiram juntar mais de R$ 50 mil, mas ainda precisam de muito para chegar ao total exigido pelo hospital.

Carlos passou mal enquanto trabalhava em sua banca de jornal, na Vila Nova Cachoeirinha, zona norte da capital paulista. Ficou intubado por 100 dias e agora se recupera em casa.

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