O deputado federal Ricardo Salles (Novo) é o quinto parlamentar por São Paulo que mais usou a cota parlamentar que cada um tem direito em 2025. Os dados públicos são do Portal da Câmara.

O fato não é ilegal, mas chama especial atenção pelo Novo ter um discurso forte e prioritário contra os gastos públicos. Muitos parlamentares da sigla pelo Brasil exaltam estarem entre os mais econômicos de suas respectivas Casas legislativas.

De janeiro até a atualização mais recente, o ex-ministro do Meio Ambiente de Jair Bolsonaro (PL) já foi reembolsado em R$ 358.465,04 em uma série de itens. Entre os 70 deputados paulistas, está atrás apenas de Gilberto Nascimento (PSD), Renata Abreu (Podemos), Kiko Celeguim (PT) e Adilson Barroso (PL).

O parlamentar usou do dinheiro público neste ano, por enquanto, R$ 161.450 para divulgação de atividade parlamentar, R$ 81.649,76 para aluguel de veículos e quase R$ 30 mil só de combustível. Ele estuda se candidatar ao Governo de São Paulo em 2026, caso o atual governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) se lance à Presidência.

O Novo tem cinco deputados na Câmara, e Salles é o que mais usou a cota para exercer o seu cargo neste ano. A mais econômica é Adriana Ventura, também eleita por São Paulo, que usou por enquanto R$ 63.146,49, ou cerca de cinco vezes menos.

Ele foi o único parlamentar do Novo a não votar pelo "não" na PEC da Blindagem, na última semana. O parlamentar, porém, se absteve, e não vou em nenhuma opção.

Outros gastos parlamentares

Além da cota parlamentar, cada deputado tem direito a R$ 133.170,54 por mês para pagar salários de até 25 secretários parlamentares, que trabalham para o mandato em Brasília ou nos estados.

Eles são contratados diretamente pelos deputados, com salários de R$ 1.548,10 a R$ 18.719,88.

Encargos trabalhistas como 13º, férias e auxílio-alimentação dos secretários parlamentares não são cobertos pela verba de gabinete, mas pagos com recursos da Câmara.

Desde 1º de fevereiro de 2025, o salário mensal bruto dos deputados federais é de 46.366,19.

A Gazeta buscou o Novo para comentar o levantamento, mas não conseguiu contato até o fechamento deste texto. A reportagem buscou também Salles, e atualizará este texto caso receba resposta.