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A verdade é que não se trata apenas de método ou de falta de interesse individual
11/10/2025 às 12:00 atualizado em 13/10/2025 às 17:45
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Segundo pesquisas recentes, o Brasil ocupa o último lugar em proficiência em inglês na América Latina | Divulgação/Governo do Estado do Pará
Se você está lendo isto, provavelmente conhece a história: anos e anos de aulas de inglês na escola e, ainda assim, a maioria dos brasileiros sai do ensino regular com pouca ou nenhuma habilidade no idioma. É quase uma experiência coletiva de frustração: a sensação de que, ano após ano, só se aprende o verbo to be num looping infinito, enquanto o País patina na capacidade de se comunicar com o mundo através da língua franca global.
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Segundo pesquisas recentes, o Brasil ocupa o último lugar em proficiência em inglês na América Latina. O ranking EF English Proficiency Index coloca o País na 81ª posição entre 116 nações (atrás de países como Síria, Paquistão e Etiópia) e caímos 21 posições em relação à edição anterior.
Mas, o que explica esse atraso? A verdade é que não se trata apenas de método ou de falta de interesse individual.
Em primeiro lugar, é fundamental dizer que respeito profundamente meus colegas de profissão e reconheço o esforço diário dos professores de inglês para ensinar em condições muitas vezes adversas. Ainda assim, é inevitável reconhecer que a formação inicial e continuada oferecida aos docentes no Brasil muitas vezes não dá conta de prepará-los para um ensino comunicativo e atualizado.
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Um relatório do British Council de 2015 revelou que 22% dos professores de inglês admitiram ter dificuldade com a língua falada, ou seja, quase um quarto dos profissionais responsáveis por ensinar o idioma não se sentia confortável para usá-lo oralmente.
Essa realidade fica ainda mais desafiadora quando olhamos para dentro das salas de aula. Na escola regular, o inglês costuma ter apenas um período por semana, tempo insuficiente para consolidar vocabulário, pronúncia e compreensão auditiva. Além disso, as turmas costumam ser grandes, o que naturalmente dificulta atividades mais comunicativas. Eu sei bem como é: já estive nessa posição e também me vi tentando ensinar inglês em menos de uma hora para turmas de 40 alunos, cada um em um nível diferente. Uma tarefa complicada!
Essa combinação de baixa carga horária e turmas numerosas com níveis heterogêneos cria um ciclo em que a escola prepara para a prova, mas não para a vida. E aí surge outro problema: quem quer aprender de verdade acaba tendo que pagar. Na prática, o inglês vira um marcador de desigualdade social. Uma competência essencial para acessar melhores empregos, mas disponível de forma efetiva só para quem pode investir tempo e dinheiro fora do ensino regular.
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As barreiras da escola não são as únicas. O Brasil é um País de dimensões continentais, onde, fora dos grandes centros turísticos e empresariais, é raro encontrar estrangeiros no dia a dia. Sem esse contato espontâneo, a prática acaba ficando restrita ao ambiente de estudos, e não faz parte natural do cotidiano.
Tudo isso se soma a um fator invisível, porém determinante: o medo. O medo de errar, a pressão que o brasileiro se coloca para não ter sotaque, para não falhar. Em muitos casos, os fatores emocionais são mais desafiadores do que as próprias dificuldades linguísticas. A sensação é de que, se você não aprendeu na escola, já é tarde demais, como se existisse uma “idade limite” para começar.
Mas trago boas notícias: não existe “velho demais” para aprender inglês. É possível começar a qualquer momento, inclusive agora mesmo.
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Nesta coluna, vou trazer semanalmente estratégias práticas, dicas e reflexões para ajudar você a trazer o inglês para a sua vida, superar bloqueios e transformar frustração em resultados. Porque falar inglês não é um dom reservado a poucos. É uma habilidade que se constrói, passo a passo, com as estratégias certas e, principalmente, com coragem para começar.
Are you ready to start? Está pronto(a) para começar? Vamos juntos virar essa chave. See you next week! Até semana que vem!
Carina Fragozo é doutora em Linguística pela USP, criadora do canal English in Brazil, com mais de 2 milhões de inscritos no YouTube, e fundadora do curso online English in Brazil.
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