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Quem nunca ouviu que as crianças aprendem línguas com muito mais facilidade que os adultos?
16/11/2025 às 05:00
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E lembre-se: a fluência não chega de um dia para o outro, mas ela chega | Divulgação
Quem nunca ouviu que as crianças aprendem línguas com muito mais facilidade que os adultos? Será que existe mesmo um “prazo de validade” para aprender um novo idioma? Bem, embora o cérebro infantil realmente tenha vantagens no início da vida, aprender inglês (ou qualquer língua) depois dos 30, 40 ou 70 anos é absolutamente possível. O que muda é o caminho.
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As crianças aprendem de forma natural, quase mágica. Elas não estudam regras, não decoram listas, não pensam em gramática. Estudos demonstram que, nos primeiros anos de vida, as crianças são verdadeiros "gênios linguísticos", capazes de discriminar praticamente todos os sons (unidades fonéticas) possíveis nas línguas do mundo (cerca de 600 consoantes e 200 vogais) até, aproximadamente, os 5 ou 8 meses de idade. Com o tempo, o cérebro “foca” na língua materna, deixando de perceber nuances sonoras que não fazem parte dela.
O fato é que qualquer criança, nascida em qualquer lugar, adquire sua língua materna em toda sua complexidade com uma rapidez impressionante, aparentemente sem precisar de instrução. Você não precisou explicar para o seu filho, irmão ou sobrinho de dois anos o que é um substantivo ou um verbo para que a criança aprendesse a falar português, certo? Ele simplesmente ouve, assimila e fala.
É por isso que uma criança brasileira que se muda para os Estados Unidos aos 5 anos pode adquirir um sotaque idêntico ao de um nativo, enquanto um adulto precisaria de muito treino e paciência para chegar perto disso. Mas isso não significa que o adulto esteja em desvantagem. Significa apenas que o processo é outro.
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Nós, adultos, aprendemos de forma mais consciente. Normalmente precisamos de alguma instrução, de explicações, de entender como as coisas funcionam. Fazemos comparações com nossa língua materna o tempo todo, o que é absolutamente natural e inevitável. Afinal, como ignorar o fato de que já adquirimos todo um sistema linguístico antes da tentativa de aprender um novo? E isso não é ruim. Na verdade, é maravilhoso! O adulto pode planejar o próprio aprendizado, identificar o que precisa melhorar e aplicar estratégias de forma intencional.
Além disso, nós adultos temos vantagens que a criança não tem: foco, disciplina, persistência e capacidade de autorreflexão. Também já sabemos como aprender, afinal já aprendemos a dirigir, a cozinhar, a tocar um instrumento ou a usar um novo aplicativo. Em todas essas experiências, houve tentativa, erro, repetição e progresso. Aprender inglês segue exatamente essa lógica.
Claro, o processo pode vir acompanhado de inseguranças. Muita gente sente vergonha de errar, receia ter “sotaque forte” ou acha que é tarde demais. Mas a verdade é que a idade não é o obstáculo, e sim a falta de exposição, de prática e, muitas vezes, de coragem.
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Como professora e eterna aprendiz, posso afirmar: não existe “velho demais” para aprender um idioma. O que existe é gente demais desistindo cedo demais. O cérebro adulto continua plástico, ou seja, capaz de se adaptar e aprender novas habilidades, inclusive línguas.
E lembre-se: a fluência não chega de um dia para o outro, mas ela chega. Passo a passo, frase a frase, até que o inglês deixa de ser um bicho de sete cabeças e passa a ser parte da sua vida. Vamos começar hoje?
Carina Fragozo é doutora em Linguística pela USP, criadora do canal English in Brazil, com mais de 2 milhões de inscritos no YouTube, e fundadora do curso online English in Brazil.
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