O Brasil nasce como uma colônia de pouco interesse para os portugueses, pois nos primeiros anos, somente a retirada do pau-brasil é que traz um pouco de alento aos descobridores, lembrando ao leitor que naquele período as colônias eram objeto de pura exploração e não de um discurso ameno de catequização ou de trazer civilização aos povos originários.

Em seguida, com o uso da mão de obra escrava, nasce o ciclo da cana, começamos a produzir açúcar e exportar. Com o período joanino e o Império, permanece na vocação da agricultura e do pastoreio.

No final do século XIX e início do século XX, os cafeicultores financiam o nascimento e o crescimento da indústria nacional.

A agricultura passa a ser um negócio das pessoas do “interior” e não tão letradas. Anos se passaram, o Brasil se industrializa.

A construção toma seu papel na história. No final dos anos 1990, o setor secundário perde sua capacidade de destaque, com o aumento da área de serviços; bancos sobem no ranking.

Nos anos 2000, retomamos o protagonismo com o setor primário, agora em escala mundial. O agronegócio ocupa seu espaço e, no primeiro trimestre de 2025, é destaque na economia, sendo puxado particularmente pela soja.

Dados divulgados pelo IBGE indicam que a agropecuária cresceu 12,2% no primeiro trimestre de 2025 em relação ao último trimestre de 2024, com participação de 1,4% em todo o PIB.

Retornamos a uma economia primária que depende das chuvas, da ausência de pragas ou doenças, sendo lastreada pelo mercado internacional.

O recente foco de gripe aviária demonstrou que, em poucos dias, essa modalidade pode derreter e causar prejuízo sem igual.

Acredita-se que o Brasil tenha encontrado a sua vocação no mundo, ou seja, ser uma fazenda global.

Por outro lado, as nações que enriqueceram e que melhoram a situação de sua população são as que tiveram destaque na inovação e indústria.

Olhando o exemplo chinês, coreano e indiano, o agro brasileiro vive de subsídios e renúncias fiscais, o que demonstra que é um modelo econômico que pode sucumbir a qualquer momento, caso não seja pareado com uma forte indústria e inovação, sendo que tudo perpassa pela educação.