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Megaoperação trouxe à tona um esquema milionário de adulteração de combustíveis e lavagem de dinheiro
29/08/2025 às 16:30 atualizado em 29/08/2025 às 18:15
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Operação Carbono Oculto revelou que o Primeiro Comando da Capital (PCC) possui esquema linear, possuindo fazendas produtoras, gerindo a distribuição de combustíveis, com redes de postos e lavando o dinheiro em "banco" próprio | Divulgação
Em 2006, o crime organizado causou pânico nas ruas de São Paulo ao orquestrar uma série de ataques contra órgãos policiais. Na época, demonstrava sua força bruta como uma organização ainda adolescente, marcada pela violência direta. Desde então, o grupo evoluiu: abandonou, em parte, o confronto armado e migrou para estratégias mais sofisticadas.
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Na última semana, uma megaoperação conjunta da Polícia Federal, Receita Federal e dos Ministérios Públicos Federal e Estadual trouxe à tona um esquema milionário de adulteração de combustíveis e lavagem de dinheiro, envolvendo o uso de Fintechs (bancos digitais) como peça das transações ilícitas. No centro da investigação estão os empresários Mohamad Hussein Mourad e Roberto Augusto Leme, dirigentes dos grupos Aster e Copape, além de outros protagonistas.
A chamada Operação Carbono Oculto revelou que o Primeiro Comando da Capital (PCC) possui esquema linear, possuindo fazendas produtoras, gerindo a distribuição de combustíveis, com redes de postos e lavando o dinheiro em “banco” próprio.
O crime organizado atingiu a idade adulta. Hoje, atua com planejamento, inteligência e forte estrutura empresarial. Deixou a periferia e chegou à Faria Lima, em trocadilho que todos entenderão. Conforme a Receita Federal, a estimativa de sonegação fiscal no esquema ultrapassa R$ 7,6 bilhões, com movimentações negociais que somam cerca de R$ 50 bilhões entre 2020 e 2024.
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Nas últimas décadas, o poder público, tanto estadual ou federal, falharam em prevenir o fortalecimento dessas organizações. Agora, restam somente as ações repressivas. Essas organizações dominam territórios urbanos, financiam campanhas eleitorais, participam de licitações públicas e ampliam seu poder com o suporte de bancos digitais. Ainda há tempo para um pacto social contra o crime. Isso exige vontade política e o engajamento da população, que deveria evitar o consumo de produtos ligados a atividades criminosas.
Politicamente, a operação gerou disputa por protagonismo: o presidente Lula (PT) destacou o papel da Polícia Federal, enquanto o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) buscou alguma forma de capitalizar politicamente. No entanto, quem realmente ganhou foi a sociedade, com uma ação que desferiu um golpe significativo no crime organizado, mesmo que momentaneamente.
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