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Desde a década de 1970, as grandes cidades vêm sofrendo com esse problema, e não se vislumbra uma solução de curto prazo
24/10/2025 às 19:30 atualizado em 24/10/2025 às 19:33
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Segurança pública é tema recorrente nos debates do cotidiano do brasileiro | Divulgação/SSP
A segurança pública é tema recorrente nos debates do cotidiano do brasileiro. Desde a década de 1970, as grandes cidades vêm sofrendo com esse problema, e não se vislumbra uma solução de curto prazo.
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O recrudescimento desse calcanhar de Aquiles nacional se evidenciou nos últimos meses, com grandes operações da Polícia Federal (PF), em parceria com o Ministério Público e apoio das polícias militares. A descoberta de que o crime organizado se infiltrou nos meios financeiros abalou a credibilidade de muitas empresas e fortaleceu o clima de “império do crime”.
Um exemplo recente é a revelação de que o promotor de justiça Lincoln Gakiya foi alvo de planos de assassinato por facções criminosas, juntamente com o coordenador de presídios Roberto Medina, todos jurados de morte pelo Primeiro Comando da Capital (PCC). Na outra ponta, as secretarias de segurança comemoram os altos índices de apreensões de armas e drogas, mas, na realidade, o consumo permanece elevado e as armas continuam parte da paisagem nas periferias.
Os números de furtos e roubos também são teratológicos. Por exemplo, no Estado de São Paulo, são registrados cerca de 200 mil casos por ano, segundo dados da própria pasta de segurança.
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Essa combinação de violência patrimonial, consumo persistente de drogas e a presença de armas ilegais demonstra a complexidade da problemática. Corroboram com esse panorama o conjunto de políticas públicas insuficientes. A legislação é frágil, a comunicação entre estados quase inexistente, e o banco de dados nacional pouco claro.
A legislação processual penal mostra-se também imprópria diante da escala do desafio. No âmbito federal, caminha, a passos lentos, uma reforma na segurança pública que, de imediato, não oferecerá proteção robusta a eventuais testemunhas, agentes policiais ou membros do Ministério Público ou da Justiça, por isentar, no projeto, um programa de proteção real e eficaz. Assim, atuar contra o crime organizado pode se transformar em risco de vida, reforçando o “culto ao silêncio” que permite a prosperidade da organização criminosa.
O plano federal já nasce com deficiências e pode atender mais aos palanques eleitorais do que à necessidade real de toda a sociedade. A segurança pública é um problema nacional e deve ser tratada como tal, contudo, as últimas declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não contribuíram positivamente nesse debate (24/10).
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Em sua viagem a Jacarta, Indonésia, ao falar sobre o enfrentamento às drogas, ele declarou que traficantes são “vítimas dos usuários” e que seria “mais fácil”, para o Brasil e os Estados Unidos, “combater viciados”. Essas falas não ajudam e podem até agravar a relação interna com os órgãos de justiça e polícia, além de atingir a política externa dos EUA.
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