Entre em nosso grupo
2
A invisibilidade feminina continua a se manifestar de forma concreta, sobretudo entre as mães das favelas brasileiras
17/09/2025 às 09:00
Continua depois da publicidade
Ao recordar que as mulheres enfrentam um silenciamento de mais de dois mil anos, a ministra Cármen Lúcia revisitou uma reflexão que não se restringe ao passado | Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil
Ao recordar que as mulheres enfrentam um silenciamento de mais de dois mil anos, a ministra Cármen Lúcia revisitou uma reflexão que não se restringe ao passado. Desde a Antiguidade, quando as mulheres eram relegadas ao espaço doméstico e privadas de voz política, até os dias atuais, a invisibilidade feminina continua a se manifestar de forma concreta, sobretudo entre as mães das favelas brasileiras.
Continua depois da publicidade
Antigamente, por exemplo, cabia às mulheres o cuidado da casa e dos filhos, sem direito a participar das decisões públicas. Essa exclusão se perpetuou por séculos, sustentando uma desigualdade estrutural. Hoje, embora a legislação assegure igualdade formal, a realidade ainda revela lacunas profundas.
Segundo o IBGE, mais de 50% dos lares brasileiros são chefiados por mulheres, mas seus rendimentos permanecem, em média, 20% inferiores aos dos homens em funções equivalentes. Nas favelas, onde 63% das famílias são lideradas por mulheres, estas mães das favelas a desigualdade se intensifica: muitas enfrentam dupla ou tripla jornada, somando trabalho formal, cuidado doméstico e liderança comunitária.
A Fiocruz aponta que essa sobrecarga, associada à violência e à falta de infraestrutura, afeta diretamente a saúde física e mental dessas mães, perpetuando ciclos de vulnerabilidade.
Continua depois da publicidade
Ainda assim, são elas que, silenciosamente, sustentam comunidades inteiras, organizam economias de solidariedade e mantêm a esperança viva.
O silêncio de dois mil anos não significa ausência de ação, mas de reconhecimento. As mulheres das favelas continuam a sustentar comunidades inteiras, mesmo sem visibilidade proporcional. Reconhecer essa realidade é passo fundamental para construir políticas públicas mais justas e eficazes, capazes de transformar heranças históricas em oportunidades de futuro.
O passado silenciou. O presente deve empoderar.
Continua depois da publicidade
Continua depois da publicidade