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Geovana Borges

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Duplo abandono: a pessoa idosa entre a omissão do Estado e o silêncio da família

IBGE mostrou que, pela primeira vez, há mais pessoas idosas que jovens no Brasil

15/10/2025 às 09:00

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No período de 2000 a 2023, a proporção de pessoas idosas (60 anos ou mais) na população brasileira quase duplicou, subindo de 8,7% para 15,6%

No período de 2000 a 2023, a proporção de pessoas idosas (60 anos ou mais) na população brasileira quase duplicou, subindo de 8,7% para 15,6% | Pikisuperstar/Freepik

O IBGE mostrou que, pela primeira vez, há mais pessoas idosas que jovens no Brasil. Essa mudança foi registrada pelo instituto em 2023, quando o percentual da população da pessoa idosa de 15,6% ultrapassou os 14,8% dos que têm entre 15 e 24 anos.

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No período de 2000 a 2023, a proporção de pessoas idosas (60 anos ou mais) na população brasileira quase duplicou, subindo de 8,7% para 15,6%. Em pouco mais de duas décadas, a população com 60 anos ou mais passou de 15,2 milhões para 33 milhões de pessoas.

O recente escândalo do roubo no INSS escancara uma ferida antiga, a negligência com as pessoas idosas em sua maioria em vulnerabilidade. 

Mais de R$ 6,3 bilhões foram descontados indevidamente de benefícios entre 2019 e 2024, segundo relatório da CGU, e quem mais sofreu foram aqueles sem acesso à tecnologia, mobilidade ou informação - pessoas idosas que mal conseguem ir a uma agência, mas viram seus benefícios sumirem diante de um sistema falho e desumano. 

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O golpe não foi apenas financeiro, foi moral, foi o golpe contra a dignidade. Mostrou que envelhecer no Brasil é estar à mercê da fraude e do descaso público. 

Quando o Estado não protege quem mais precisa, o crime deixa de ser exceção, e passa a ser política de rotina.

A PEC 81/2015, aprovada por unanimidade no Plenário em maio, amplia a proteção as pessoas idosas ao estender aos estados e ao Distrito Federal a competência para criar leis destinadas a essa população. Atualmente, esse poder cabe apenas à União. A matéria está em análise na Câmara dos Deputados.

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Precisamos romper com a lógica assistencialista, que trata o idoso apenas como alguém a ser cuidado. O envelhecer deve ser reconhecido como etapa de potência, não de abandono. A pessoa idosa é cidadão ativo, com direito à mobilidade, cultura, saúde, e, acima de tudo, ao respeito. Negar esses direitos é negar o próprio futuro, de uma sociedade que envelhece sem humanidade.

Quando o Estado falha e a família se omite, envelhecer vira sentença.

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