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Cerca de 11 milhões de mulheres criam seus filhos sozinhas, 72% dessas mulheres não contam com uma rede de apoio para ajudá-las
24/09/2025 às 16:15
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No dia 23 de setembro de 2025, durante Assembleia Geral da ONU, lideranças mundiais voltaram os olhos para a desigualdade de gênero estrutural, destacando um grupo frequentemente invisibilizado: as mães solo | Divulgação/Fiocruz
Pesquisa Fundação Getúlio Vargas: as estatísticas confirmam a urgência desse debate. Cerca de 11 milhões de mulheres criam seus filhos sozinhas, 72% dessas mulheres não contam com uma rede de apoio para ajudá-las.
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No dia 23 de setembro de 2025, durante Assembleia Geral da ONU, lideranças mundiais voltaram os olhos para a desigualdade de gênero estrutural, destacando um grupo frequentemente invisibilizado: as mães solo.
Chamar as mães solos de mulheres guerreiras virou costume. Mas, o que parece elogio esconde uma realidade dura: a romantização da sobrecarga. Milhões de mulheres, em sua maioria negras e periféricas, vivem jornadas exaustivas entre o trabalho, os filhos, os cuidados com a casa e a luta constante por sobrevivência - quase sempre sem apoio do Estado e sem políticas públicas que as amparem.
Essa rotina de esforço extremo não é nova. Muitas dessas mulheres foram filhas de outras mães solo, criando sozinhas em um ciclo que atravessa gerações. A maternidade solitária, marcada pela ausência paterna, pelo racismo estrutural e pela desigualdade social, virou uma herança hereditária passada de mãe para filha, como se fosse destino. Mas não é.
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Esse ciclo pode e deve ser interrompido. Para isso, são urgentes políticas públicas voltadas à equidade: creches gratuitas em tempo integral, acesso à moradia digna, formação profissional, redistribuição do cuidado e ações firmes contra a inadimplência paterna. Mais que apoio, é reparação.
A sociedade inteira paga o preço dessa sobrecarregada invisível, em saúde, em produtividade, em futuro para suas crianças.
Não há nada de bonito em precisar ser forte o tempo todo. O verdadeiro avanço está em garantir que os filhos dessas mulheres não repitam as dores das mães, que cresçam com presença, dignidade e oportunidades. Romper esse ciclo não é tarefa individual, é responsabilidade coletiva.
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