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Geovana Borges

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Quando o desemprego cai, mas a favela não sobe

A informalidade não é apenas um número, ela revela a sobrevivência como forma de emprego

08/10/2025 às 09:00

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A baixa do desemprego, portanto, não significa melhora nas condições de vida, mas um deslocamento de pessoas do desemprego oficial para formas de trabalho sem proteção

A baixa do desemprego, portanto, não significa melhora nas condições de vida, mas um deslocamento de pessoas do desemprego oficial para formas de trabalho sem proteção | Thiago Neme/Gazeta de S. Paulo

A taxa de desemprego no Brasil caiu para 5,8% em 2025, o menor índice desde 2012, segundo o IBGE. O dado é motivo de comemoração, mas também de alerta quem são, de fato, os brasileiros que voltaram a trabalhar?

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Segundo dados do Data Favela, vivem mais de 17,1 milhões de pessoas nas favelas. Lá, a realidade do emprego é outra. 

O trabalho até chegou, mas em grande parte sem carteira assinada, sem proteção e sem direitos, total falta de iniciativas e políticas públicas. Segundo o próprio IBGE, 38% da força de trabalho nacional é informal - ou seja, quase 40 milhões de brasileiros trabalham por conta própria, como diaristas, entregadores ou vendedores ambulantes.

Essa informalidade tem rosto, endereço e gênero: 52% ou 8,9 milhões são mulheres, majoritariamente negras, chefes de família, que transformam a precariedade em rotina, dados do Data Favela.  

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A baixa do desemprego, portanto, não significa melhora nas condições de vida, mas um deslocamento de pessoas do desemprego oficial para formas de trabalho sem proteção. 

A informalidade não é apenas um número, ela revela a sobrevivência como forma de emprego. E é justamente nas favelas que essa forma de ocupação se concentra, sustentando a economia local à base da precariedade.

Outro dado relevante: mais de 98% das novas vagas de emprego criadas em 2024 foram preenchidas por pessoas inscritas no Cadastro Único, e 75% eram beneficiárias do Bolsa Família, segundo o Ministério do Desenvolvimento Social. Isso mostra que o programa social não substitui o trabalho — ele o sustenta, garantindo o mínimo de dignidade enquanto o mercado formal ainda exclui milhões. 

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O desemprego recua, mas a desigualdade persiste. Até quando o trabalho precário será tratado como progresso?
 

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