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Luta pela inclusão racial não é um tema distante da minha trajetória
20/11/2025 às 00:30
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Racismo não deixa de existir porque alguém mudou de bairro, de emprego ou de padrão de vida | Depositphotos
A luta pela inclusão racial não é um tema distante da minha trajetória. Cada espaço que conquistei, de Harvard à Bolsa de Valores de Nova York, da B3 às mesas de decisões do Brasil, me ensinou algo fundamental: quando um negro chega longe, ele nunca chega sozinho.
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Entrar nesses ambientes é sempre um misto de orgulho e incômodo. Orgulho por ver nossa história ocupar novas fronteiras. Incômodo porque, ao olhar para o lado, percebo como ainda somos poucos. A maioria dos espaços de poder, influência e decisão segue marcada pela ausência de pessoas negras, mesmo em um país onde somos maioria.
Essa ausência não é acaso. É resultado de um sistema que historicamente nos tirou oportunidades, voz e participação. Por isso, quando um de nós atravessa essa barreira, precisa entender que sua presença carrega uma responsabilidade coletiva: abrir caminhos para que outros possam entrar sem pedir licença.
Foi assim em Harvard.
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Foi assim na NYSE.
Foi assim na B3.
E seguirá sendo em todo lugar onde eu estiver.
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A luta racial é um compromisso diário. Ela não se resume a discursos. É prática, presença, enfrentamento e construção. É garantir que nossa juventude negra veja possibilidades onde antes só havia portas fechadas.
E aqui deixo um recado necessário: há negros que, ao conquistarem algum conforto, tentam se afastar da própria identidade, como se isso os protegesse do racismo. Negros que se acham brancos.
Essa ilusão é perigosa.
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O racismo não deixa de existir porque alguém mudou de bairro, de emprego ou de padrão de vida. Nosso avanço individual só faz sentido quando se transforma em avanço coletivo. Se você sobe e não puxa ninguém junto, você não venceu: apenas mudou de lugar.
Eu sigo acreditando que inclusão não se pede, se constrói.
E, enquanto olhar para o lado e continuar vendo poucos negros, saberei que ainda há muito trabalho pela frente.
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Porque abrir caminhos não é escolha.
É missão.
É legado.
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É compromisso com todos aqueles que vieram antes de nós e com os que ainda virão.
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