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É importante que o inimigo não saiba da capacidade bélica e impeça o sucesso de uma operação que se inicia como resposta a uma grande potência militar
13/06/2025 às 22:00
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Pode parecer um filme de Hollywood, ou Bollywood, mas não é | Reprodução/Facebook
Ninguém podia imaginar o que continham aqueles caixotes de madeira. Os objetos embalados foram produzidos em segredo militar, transportados por trem e caminhão até o porto de destino.
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É importante que o inimigo não saiba da capacidade bélica e impeça o sucesso de uma operação que se inicia como resposta a uma grande potência militar
Contra a força, a razão, a criatividade e o empenho de conseguir a vitória. É mais do que uma disputa pela liderança geopolítica – é uma tentativa de ameaçar o adversário e mostrar que, por mais defesa que tenha, ele não tem condições de verificar e fiscalizar qualquer movimentação que possa pôr em xeque a sua defesa natural.
Pode parecer um filme de Hollywood, ou Bollywood, mas não é. É uma operação que custa dinheiro e precisa do máximo sigilo.
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É um jogo que não pode ter perdedor. E os dois não podem ganhar simultaneamente. Os jornalistas e veículos de comunicação são pegos de surpresa.
As informações dos serviços secretos falharam, assim como falharam em 1941 quando o Japão se armou e atacou a base naval de Pearl Harbor. O impacto foi devastador na moral americana. Mas agora é diferente.
O mundo todo acompanha as escaramuças de lado a lado e torcem para que o confronto não se torne uma guerra nuclear.
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Afinal, os arsenais estão abarrotados de ogivas capazes de acabar não só com o inimigo, mas com toda a população do planeta Terra. A ONU não tem condições de intervir. As potências têm o direito de veto no Conselho de Segurança e nada que possa contrariar os seus membros avança.
Os caixotes são desembarcados e por fora uma inscrição em russo rotula a mercadoria como material plástico para drenagem de água. Os estivadores estranham que o plástico pese tanto, como se os tubos fossem de aço.
Com o maior cuidado, os comboios de caminhões avançam com carretas de 35 metros. A estrada não comporta – foi preciso reforçar as pontes, refazer as curvas fechadas e impedir que as populações próximas da estrada soubessem do que se trata.
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Apesar de todo cuidado e segredo, não dá para esconder centenas de técnicos, engenheiros e militares armados com armas russas.
E que falam russo, e não espanhol. O líder da revolução cubana, Fidel Castro, acompanha com entusiasmo a instalação de foguetes de médio alcance capazes de carregar bombas atômicas.
Os mísseis têm alcance aproximado de 1.600 quilômetros e podem atingir a Casa Branca, em Washington, ou a Times Square, em Nova York.
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É um troco bem-dado no imperialismo americano, que implantou um bloqueio à ilha quando falhou a tentativa de invasão de exilados cubanos da Flórida. Fidel está exultante, foi graças à pressão do Tio Sam que ele e seu regime se atiram nos braços do soviético.
Os yankees só saberiam da instalação da base russa em Cuba quando fosse do interesse dos soviéticos. Por isso é preciso sigilo.
Um avião espião americano voa em grande altitude sobre a ilha e manda fotos para o Pentágono. O presidente Kennedy é informado de que a Guerra Fria bate à sua porta. O avião é um U2, que não toca guitarra nem bateria.
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